51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PETROGRAFIA E QUÍMICA DE ITABIRITOS NA MINA CASA DE PEDRA (CONGONHAS/MG) EM TESTEMUNHOS DE SONDAGENS.

Texto do resumo

O presente trabalho visa a caracterização dos itabiritos, e suas variações composicionais e químicas, presente na mina Casa de Pedra, em congonhas (MG). Tais rochas são pertencentes à Formação Cauê, pertencente ao Grupo Itabira, Supergrupo Minas. Para este processo, foram confecionadas e descritas 43 seções delgadas (até a descrição do resumo), separadas por litotipos em testemunho de sondagem. As premissas iniciais do estudo foram: 1) utilizar furos de testemunhos de sondagens diamantada correspondentes à regiões não lavradas da mina; 2) buscar variação de litotipos a partir da chave de classificação química; 3) buscar caracterizar os corpos de minério de baixo a médio teor presentes na mina; 4) Evitar confecção de lâminas próximos a locais onde já houve descrições em campanhas anteriores. Com estas premissas estabelecidas, utilizou-se o software Datamine para visualização em 3D dos pontos estudados. À luz deste contexto, foi possível a caracterização de quatro corpos. De forma geral, os itabiritos são classificados principalmente como silicosos, sendo hematita+magnetita+goethita as principais fases minerais contendo ferro, e quartzo+filossilicatos como principais fases “não ferrosas”, além de conter traços como carbonato+fases de manganês+turmalina+pirita+cloritas (Mg) e outros. A hematita ocorre em três formas: 1) cristais irregulares a lamelares marcando uma foliação/bandamento; sendo alteração da magnetita (martitização – pseudomorfo); preenchendo espaços vazios, como fraturas. A magnetita varia entre xenoblástica a idioblástica, com tamanhos variados, sendo relictos e comumente martitizada. A goethita apresenta maior variação textural, ocorrendo em quatro formas: 1) predominante massa criptocristalina de cor vermelha amarronzada, com diversas fases minerais englobadas nas bandas; 2) agregados botrioidais; 3) pseudomorfo de magnetita/hematita; 4) preenchendo fraturas ou espaços vazios. Quartzo ocorre como cristais de tamanhos variados, xenoblástico, comumente com textura poligonal e com inclusões principais de hematita e carbonato. É comum também a presença de deformações, como sombra de pressão e falhas. Turmalina e pirita ocorrem como cristais dispersos, diminutos e inclusos predominantemente na massa de hidróxidos de ferro. Os argilominerais e cloritas são predominantemente tardios, imersos na massa de hidróxidos de ferro e/ou preenchendo fraturas. Estruturalmente falando, é possível observar feições de falhas, dobras e sombras de pressão principalmente nas bandas ricas em ferro, o que é indicativo de regime dúctil-rúptil para delimitação das zonas de deformação na mina, além de uma foliação posterior ao bandamento principal. Para o metamorfismo, foi determinado grau baixo a médio (fácies xisto verde inferior), com feições pontuais de hidrotermalismo (fluídos tardios?). Em relação a química, os teores de Fe variam de 20 a 55%. Além do mais, não há uma relação direta entre a quantidade de alumínio na química com a quantidade de argilominerais+biotita, e sim relacionado a quantidade de hidróxidos de ferro, provavelmente relacionado ao processo de alteração da goethita. Assim como, a relação alta entre fósforo (P) e óxidos/hidróxidos de ferro, o que sugere uma alta contaminação de elementos imersos na principal fase da goethita (fase 1). Por fim, essa descrição pode ajudar a entender melhor o processo de formação da mina, bem como suas implicações geometalúrgicas, visto a variedade de fases e hábitos minerais.

Palavras Chave

Formação Cauê; Itabiritos; hematita; Goethita; Petrografia

Área

TEMA 10 - Geometalurgia

Autores/Proponentes

Derick Giordano Feitosa Guerra, Daniela Cristina Costa da Silva, Thalita Rafaela Silva Gusmão, Samara Ferreira Moura, Ronaldo Pereira da Silva Filho, João Vitor De abreu Castro, Letícia Muniz da Costa Cardoso, Gustavo Mendes Soares Mota, Alvaro Costa Figueiredo, Rodrigo da Conceição Lordão, Gilvana Lima da Soledade, Edson Maia do Nascimento