51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ÍNDICE DE EXPLOTAÇÃO MINERAL E USO DO SOLO NAS ÁREAS DE MINERAÇÃO DE FERRO DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO (MG), SUDESTE DO BRASIL

Texto do resumo

O Brasil é o segundo país que mais produz minério de ferro no mundo, ficando atrás somente da Austrália. Em 2019 chegou a produzir 480 milhões de toneladas (mt). Dentre suas jazidas a que mais produz é o Quadrilátero Ferrífero (QF) localizado no estado de Minas Gerais e junto com a região de Carajás no estado Pará, são responsáveis por 99% da produção de minério de ferro do país. O QF é considerado a maior província mineral do Brasil. Lá ocorrem uma grande quantidade de minas de minério de ferro a maioria em operação. Em conjunto com a mineração de ferro, paisagens no QF vem sofrendo modificações causadas por essa atividade. Além disso, impactos ambientais são observados como mudanças da cobertura e uso do solo (MCUS), perda de biodiversidade, supressão da vegetação e até mesmo emissões de gases de efeito estufa (GEE). Diante disso, o objetivo desta pesquisa foi mapear e quantificar a extensão das minas de ferro do QF em 1984 e 2019, e elaborar um índice de explotação mineral (IEM), que relaciona a produção de minério em milhões de toneladas pela área da mina em quilômetro quadrado (mt/km²). Para isso, imagens de satélite Landsat-5 (1984) e Sentinel-2A (2019) foram processadas com base na Análise de Imagens Baseada em Objetos Geográficos (GEOBIA) para identificar as classes de MCUS nas minas de ferro a céu aberto do QF. Os dados de produção foram adquiridos nos relatórios anuais publicados pelas mineradoras responsáveis pelo gerenciamento das minas. Foram mapeadas 23 minas e os resultados mostraram que em 1984 a mineração de ferro no QF compreendia uma área de 100,21 km² e em 2019 aumentou para 235,61 km². A produção acumulada nesse período foi de 4.3 bilhões de toneladas, o que indicou um IEM de 18.3 mt/km². As minas que mais produziram minério de ferro foram Itabira com 850 mt em uma área minerada de 44,55 km² e Casa de Pedra que atingiu 400 mt em 17,58 km², porém o IEM dessas minas foram de 19.1 mt/km² e 22.7 mt/km² respectivamente. Percebe-se que a mina de Itabira alcançou maior patamar de produção e suprimiu mais área de solo em relação à mina Casa de Pedra. Analisando o IEM para toda a área de estudo observou-se que a mina de Brucutu (IEM = 54.4 mt/km²) alcançou maior intensidade de explotação seguido dos complexos Tamanduá/Horizontes (IEM = 32.6 mt/km²) e Mutuca/Capão Xavier (IEM = 30.4 mt/km²). Conforme os resultados o estudo conclui que (1) a área de solo minerado se expandiu para todas as minas do QF de 1984 a 2019; (2) a alta produção de minério na região é impulsionada pela alta demanda dos países asiático em particular a China e (3) o IEM mostrou que as minas que apresentaram melhor relação de produção mineral por área minerada foram Brucutu, Tamanduá/Horizontes e Mutuca/Capão Xavier. O que demonstra que essas minas estão produzindo uma quantidade alta de minério utilizando uma área minerada relativamente pequena.

Palavras Chave

Sensoriamento Remoto; minério de ferro; uso do solo.

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Diogo Corrêa Santos, Pedro Walfir Martins Souza-Filho, Wilson Rocha Nascimento