Dados da Submissão

Título

EVIDÊNCIAS MARINHAS DO APTIANO INFERIOR NO INTERIOR DO GONDWANA – BACIA DO ARARIPE, BRASIL

Texto do resumo

O Cretáceo inferior é marcado por vários episódios de extensão global, como efeitos estufa, aumento do nível do mar, eventos anóxicos oceânicos e deposição de importantes sistemas petrolíferos. Em relação às bacias interiores do nordeste da América do Sul, uma das questões a serem respondidas é quando ocorreram as primeiras incursões marinhas, como foram registradas e quais suas implicações na evolução estratigráfica dos depósitos sedimentares. Este trabalho aborda a evolução estratigráfica e paleoambiental do Cretáceo Inferior (Aptiano) da Formação Barbalha, na porção leste da Bacia do Araripe. Para o estudo foram descritos testemunhos de seis furos de sondagem para obtenção de dados sedimentológicos e icnológicos, além da coleta de amostras para realização de análises petrográficas (microbiofácies) e micropaleontológicas (microfósseis calcários e orgânicos). Além disso, testemunhos de sondagem de quatro furos adicionais também foram utilizados para amostragem pontual e correlações estratigráficas. Os resultados multiproxy permitiram uma nova interpretação dos ambientes deposicionais e da evolução estratigráfica das duas sequências deposicionais que compõem a Formação Barbalha na porção leste da Bacia do Araripe. A primeira sequência deposicional é constituída por depósitos fluvio-deltaicos (LST1) sobrepostos por depósitos lacustre-lagunares (TST1/HST1; equivalentes às Camadas Batateira). A segunda sequência deposicional é composta por depósitos de planícies aluviais e depósitos deltaicos influenciados por marés (LST2), sobrepostos por depósitos estuarinos de delta de cabeceira (TST2). Estas novas interpretações são apoiadas pela ocorrência de microfósseis (e.g., foraminíferos e nanofósseis) e/ou icnofósseis indicativos de ambientes marinhos a salobros, os quais confirmam incursões marinhas de maior ou menor magnitude ao longo do intervalo analisado. Por fim, a preservação preferencial de elementos micropaleontológicos e icnológicos nos testemunhos dos furos localizados no extremo leste da área estudada (1PS-06-CE e 1PS-07-CE) sugere que a região leste-sudeste foi a mais afetada pela influência marinha, indicando que essas incursões provavelmente atingiram a Bacia do Araripe pelo quadrante sudeste.

Palavras Chave

Aptiano; incursões marinhas; Microfósseis; icnofósseis; Bacia do Araripe