51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

UNIDADES SEDIMENTARES PALEOZOICAS AFLORANTES NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO, BORDA NORTE DA BACIA DO AMAZONAS

Texto do resumo

O arcabouço sedimentar paleozoico das bacias intracratônicas brasileiras tem sido suportado por dados bioestratigráficos oriundos principalmente da análise de microfósseis, como palinomorfos e foraminíferos. Na Bacia do Amazonas, dados bioestratigráficos de subsuperfície (testemunhos de sondagem) permitiram a individualização da megasequência paleozoica. Entretanto, essa metodologia ainda é pouco utilizada em estudos de afloramentos das extensas faixas paleozoicas das bordas norte e sul da bacia, cujo conteúdo rochoso mostra-se geralmente alterado por processos intempéricos, que dificultam a análise. Apesar das dificuldades, o detalhamento bioestratigráfico de um trecho da borda sul da bacia, região de Itaituba e Uruará (Pará), se destaca pela definição de 8 faixas sedimentares aflorantes, pertencentes as formações Pitinga, Maecuru, Ererê, Barreirinha, Curiri, Monte Alegre, Itaituba e Nova Olinda. Por sua vez, na borda norte da bacia, os dados bioestratigráficos em afloramentos são ainda mais escassos, onde a maioria dos estudos são pontuais e relacionados a análises estratigráficas e microfaciólogicas em locais isolados do município de Presidente Figueiredo (Amazonas) que inclui trechos dos rios Urubu, Uatumã, Abacate, Jatapu, além da região de Monte Alegre (Pará). Nesse contexto, o presente estudo integra dados palinoestratigráficos, de fácies sedimentares e de mapeamento de campo, efetuados neste estudo e também dados disponíveis em trabalhos geológicos anteriores, para a definição dos critérios de correlação estratigráfica e elaboração do mapa geológico das regiões citadas, que definem o arcabouço estratigráfico paleozoico aflorante da borda norte da Bacia do Amazonas. Na região de Presidente Figueiredo foram definidas 6 faixas sedimentares paleozoicas, representadas pelas formações Autás-Mirim, Nhamundá (incluindo a faixa glacial), Pitinga-Manacapuru, Ererê, Barreirinha e Itaituba, aflorantes nos rios Urubu, Uatumã e Jatapu. Estas faixas podem ser estendidas e correlacionadas com as definidas na região de Monte Alegre, onde também afloram faixas das formações Curiri, Oriximiná, Faro e Monte Alegre. Entretanto, a comparação das faixas aflorantes na borda norte com as da borda sul da bacia permite definir critérios de similaridade e diferença. A similaridade é definida pela correlação estratigráfica entre 6 faixas analisadas, sendo elas das formações Pitinga, Ererê, Barreirinha, Curiri, Itaituba e Monte Alegre, que se estendem lateralmente de forma contínua e alongada na direção ENE-WSW. Como padrão de diferença é notável a ausência na borda norte das faixas Maecuru e Nova Olinda, bem definidas na borda sul. Outra diferença é a ausência da definição de uma faixa de ocorrência glacial na borda sul, já que existem afloramentos da Formação Curiri, constituída por depósitos marinhos com influência glacial. Portanto, a definição de 6 faixas sedimentares aflorantes na região de Presidente Figueiredo (rios Urubu, Uatumã e Jatapu) permite uma redefinição do contexto litoestratigráfico regional, já que anteriormente nessa região era definida apenas a faixa generalizada atribuída ao Grupo Trombetas. Além disso, a definição da faixa glacial nos limites da Formação Nhamundá poderá fornecer subsídios para futuras interpretações paleogeográficas.

Palavras Chave

Bacia do Amazonas; Grupo Trombetas; Depósito Glacial; Bioestratigrafia; Unidades Paleozoicas

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Carmem Nátaly Amorim Franco, Emilio Alberto Amaral Soares, Carlos Alejandro Salazar, Mayara Fraeda Barbosa Teixeira, Rodolfo Dino, Luzia Antonioli