51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

IDADES U-PB POR LA-ICP-MS EM VEIOS DE CARBONATOS DE CALCÁRIOS DA FORMAÇÃO JANDAÍRA, REGIÃO SUDOESTE DA BACIA POTIGUAR, NE DO BRASIL

Texto do resumo

Resumo: Recentemente, minerais que preenchem estruturas rúpteis e veios têm recebido atenção tanto da academia quanto da indústria devido ao seu potencial como geocronômetro de deformação. Podendo ser utilizado em diversas áreas das geociências, como estudos de eventos tectônicos, hidrocarbonetos, metalogenia, sismologia, avaliações ambientais e hidrogeológicas. Diversos métodos geocronológicos têm sido aplicados para datar deformações rúpteis, e a datação U-Pb em carbonatos precipitados em planos de falhas ou veios é um deles. Minerais carbonáticos como calcita, aragonita e dolomita, formam-se em diversos ambientes geológicos, esses minerais podem acumular urânio durante sua formação, tornando-os úteis para a geocronologia U-Pb. Entretanto, a implementação da rotina em laboratório e aplicação da metodologia não é trivial, devido a fatores como o baixo conteúdo Urânio em carbonatos, dificuldade no desenvolvimento de padrões carbonáticos e procedimentos laboratoriais. Além disso, no Nordeste do Brasil, a datação absoluta de deformação rúpteis em uma série de bacias rift intracontinentais associadas ao rift do Atlântico Sul foram pouco exploradas. A Bacia Potiguar e outras bacias rifte intracontinentais nesta região (ex. Araripe, Rio do Peixe, Jatobá, etc) são segmentos chave para a compreensão da evolução das margens Equatorial e Sul, devido à sua associação com a intersecção entre dois ramos do rift Atlântico, juntamente com registro estratigráfico e estruturas relacionadas a sistemas de rift abortados desenvolvidos durante o Neocomiano. Para a implementação da rotina de datação U-Pb em carbonatos via LA-ICP-MS, primeiramente foram compilados dados de protocolo analíticos de diversos laboratórios para entendimento da técnica e parâmetros analíticos. Após testes preliminares, o protocolo final analítico adotado foi a combinação do padrão NIST612 e WC1 como padrão de matriz carbonática. Para aplicação do método, foram coletadas amostras em veios carbonáticos na porção sudoeste da Bacia Potiguar, em afloramentos fraturados de calcários da Formação Jandaíra (Cretáceo Superior), localizado em um vale cárstico formado pelo rio Apodi-Mossoró. As amostras em formatos de chips e slabs, primeiramente, foram montadas em resina epoxi e levadas para imageamento via cathodoluminescência óptica, para avaliação de características internas e classificação de tipos de veios. Após esta etapa, foi realizado um escaneamento rápido via LA-ICP-MS para identificação de áreas com alto conteúdo de U que possibilitavam a datação. Por fim, 3 amostras foram datadas com sucesso, com idades entre 45 e 30 Ma. Este intervalo é coincidente com o grande evento de magmatismo Macau-Messejana na Bacia Potiguar, sugerindo uma relação causal entre o magmatismo e a deformação rúptil. Anteriormente, as idades dessas estruturas (Cretáceo Inferior a Mioceno Médio) eram inferidas por relações estratigráficas em trabalhos de campo. O trabalho valida a implementação do método de datação em carbonatos em um laboratório brasileiro e sua aplicação para o avaliação do timing de formação de estruturas rúpteis.

Palavras Chave

Datação U-Pb; LA-ICP-MS; geocronologia; Datação em carbonatos; Bacia Potiguar

Área

TEMA 18 - Geocronologia e Geoquímica Isotópica

Autores/Proponentes

Leticia Muniz da Costa Cardoso, Ticiano José Saraiva dos Santos, Mauro César Geraldes, Carlos Eduardo Ganade