51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DO DIQUE COSTA BRAVA, JOATINGA, RIO DE JANEIRO, RJ

Texto do resumo

O estudo refere-se ao Dique Costa Brava (DCB), localizado na borda sudeste do Maciço da Tijuca, na localidade da Joatinga, Rio de Janeiro. O Dique Máfico intrude em um gnaisse, tendo como orientação estrutural NE/90 e espessura próxima à 70 m. O trabalho caracteriza as relações de contato (tipo “sharp”) entre o litotipo máfico e a rocha encaixante, bem como as texturas, variação granulométrica, composição mineralógica e geoquímica ao longo de um perfil transversal ao dique. O estudo contou com a coleta de 12 amostras para as análises petrográficas e geoquímicas, visando a obtenção e interpretação dos dados resultantes a fim de caracterizar os aspectos petroquímicos apresentados. Foram identificadas três faciologias distintas, definidas pela petrografia, como fácies de borda, intermediária e central. A fácies de borda corresponde às rochas da margem resfriada e apresentam textura hipocristalina variando a microfanerítica. A granulometria varia de muito fina a fina, com fenocristais finos de piroxênio e plagioclásio, que se sobressaem em uma matriz afanítica. A composição mineralógica dada pelos fenocristais desta fácies é constituída pela presença de plagioclásio, clinopiroxênios (augita e pigeonita) e ortopiroxênio. As rochas da fácies intermediária são faneríticas, holocristalinas, de textura inequigranular seriada com granulometria variando de fina a média. A mineralogia desta fácies é composta por plagioclásio, augita, pigeonita, hornblenda, quartzo e k-feldspato (raro). As rochas da fácies central, que representa a zona mais interna do Dique, correspondem a uma rocha fanerítica, holocristalina, com textura inequigranular seriada cuja granulometria varia de média a grossa. A mineralogia desta faciologia é composta por plagioclásio, augita, pigeonita, ortopiroxênio, hornblenda, anfibólio, quartzo e k-feldspato (raro). Com base na análise geoquímica, percebe-se uma variação bem definida do conteúdo de MgO das amostras, indicando-o como um bom índice de diferenciação. Os dados litogeoquímicos entre elementos maiores e traços mostram que as rochas estudadas devem ser classificadas em um magmatismo do tipo basáltico de caráter subalcalino, metaluminoso, com evolução ao longo de um “trend” toleítico de alto potássio. Para corroborar o caráter toleítico desta série magmática, foi calculada a norma CIPW. A ausência de nefelina normativa é um fator que comprova a característica toleítica da série. Além disso, o cálculo da norma CIPW mostrou também que esses magmas são quartzo toleítos em função do grau de saturação em sílica. Foram construídos diagramas de variação para MgO para uma discussão preliminar sobre processos evolutivos. Após a análise desses diagramas bivariantes, observa-se a ausência de hiatos composicionais, sugerindo que os processos evolutivos envolvidos na evolução desses magmas implicam em cristalização fracionada ou cristalização fracionada com assimilação sem mudança na assembleia fracionante. A partir dos diagramas de variação, propõe-se uma possível composição fracionada para os magmas basálticos. Isso envolve o fracionamento de plagioclásio (devido à redução de CaO), piroxênio (com a diminuição de CaO, FeOt e Cr) e olivina (com a redução de MgO e Ni). Com base na comparação da razão entre os elementos incompatíveis imóveis (como Zr/Nb e Y/Nb) entre a amostra parental e a amostra mais diferenciada, nota-se que a variação entre essas razões excede 50%. Portanto, o processo envolve assimilação e cristalização fracionada.

Palavras Chave

Petrologia basáltica; Magmatismo de rochas basálticas; Litogeoquímica de basaltos.

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Fábio Cavalcante Aguiar, João Pedro Costa Ribeiro Silva, Rubem Porto Jr