51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GEORROTEIRO NO CENTRO HISTÓRICO DE PORTO ALEGRE, RS

Texto do resumo

O geoturismo é uma forma de turismo que utiliza como principal atrativo a geologia de uma região, sendo diretamente vinculado à conservação e promoção da geodiversidade e do patrimônio geológico, assim como do conhecimento do meio ambiente. O geoturismo urbano é a forma de promover e conectar a história da evolução urbana com os monumentos e prédios da cidade. A cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, é um grande museu arquitetônico a céu aberto, onde encontramos edificações públicas como prédios, monumentos e praças revestidas por rochas regionais. Este trabalho tem por objetivo fomentar o geoturismo com a criação de roteiros sobre o uso das rochas no desenvolvimento urbano de Porto Alegre destacando os principais prédios e monumentos do centro histórico. A evolução da cidade é refletida nas edificações das praças da Alfândega e da Matriz e das áreas que os cercam. Ao longo do tempo, diversos estilos arquitetônicos marcaram esses espaços, desde o simples estilo colonial até o moderno Art Decó. Desse modo, foram selecionadas edificações, conforme o potencial educacional, diversidade geológica e cultural para descrição e identificação macroscópica das rochas. No centro histórico, foram identificados os principais pontos de interesse: Palácio Piratini, Catedral Metropolitana, Praça Marechal Deodoro (Matriz), Paço Municipal, Museu Júlio de Castilhos, Praça da Alfândega, antigo prédio do Banco da Província (Farol Santander). Os principais materiais utilizados são os Granitos Ponta Grossa e Viamão, diques de riolito e diabásio, e veios de quartzo. O granito Ponta Grossa adorna a fachada da Catedral Metropolitana e do Farol Santander, e o embasamento do Palácio Piratini e o Museu Júlio de Castilhos, composição sienogranítica de cor rosa-avermelhada. Apresenta estrutura maciça e textura equigranular grossa a média (5-10mm), constituído por K-feldspato, plagioclásio e quartzo, com baixo teores biotita. Contém enclaves máficos microgranulares, com formas arredondadas e dimensões da ordem de 2 a 15 cm e contatos definidos. Os riolitos e diabásios foram utilizados para pavimentação de praças e calçadas, principalmente o piso da Praça da Alfândega. O diabásio e veio de quartzo foram utilizados nas calçadas do Palácio Piratini. O riolito, de cor rosada, tem textura porfiritica, com 2 a 5% de fenocristais de quartzo e K-feldspato. O diabásio, de cor preta, estrutura maciça e textura equigranular fina, constituídos por plagioclásio e clinopiroxênio. Os arenitos da Formação Botucatu compõem a fachada do Museu Júlio de Castilhos e podem ser observados nas cores cinza e rosa, composição quartzo-feldspática com grãos de areia fina a média, bem selecionados e subarredondadas a arredondadas. O embasamento da fachada e partes do piso interno do Palácio Piratini foram feitos com blocos de calcário da região da Cordilheira do Jura, na porção nordeste da França. Na fachada do palácio observa-se uma variedade de fósseis marinhos do período Jurássico (210-140Ma), como corais, moluscos das classes cefalópodes, gastrópodes e bivalves, além de briozoários. Também observa-se estruturas de dissolução como estilolitos. Os resultados obtidos neste trabalho contribuem para a integração da geologia com outras áreas e com os moradores da cidade que é fundamental para a preservação do patrimônio histórico.

Palavras Chave

Geoturismo; Patrimônio Histórico; Diversidade geológica;

Área

TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação

Autores/Proponentes

Vitória Brito da Silva, Ingrid Muller Mohr, Marcelo Canals Meucci, Ruy Paulo Philipp, Evandro Fernandes de Lima, Rualdo Menegat