Dados da Submissão

Título

UM CLÁSSICO LEQUE DE ASSOALHO DE BACIAS INTERPRETADO EM SÍSMICA 3D E BASEADO NOS CONCEITOS DA ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS

Texto do resumo

Após o sucesso do play turbiditos na Bacia de Campos na década de 1980, este tipo depósito passou a ser procurado em todas as bacias offshore da margem continental brasileira, porém, em nenhuma outra bacia repetiu-se a profusão de depósitos turbidíticos, como na Bacia de Campos. Após a descoberta do play pré-sal na primeira década do século XXI, a pesquisa por turbiditos foi quase que abandonada. Com a exaustão, do ponto de vista exploratório do play pré-sal, a pesquisa por depósitos turbidíticos retornou a ter interesse. Neste trabalho foi interpretado um clássico leque de assoalho de bacia na seção do Neocretácio na Bacia de Santos. Sua identificação, a princípio, foi feita em seção sísmica downdip, sob os conceitos da Estratigrafia de Sequência, quais sejam, um horizonte sísmico de extensão limitada, com amplitude mais alta que outros ao seu redor, repousando sobre uma superfície erosiva interpretada como limite de sequência, e sendo recoberto por horizontes sísmicos de caráter sigmoidal com terminações em downlap. O modelo da Estratigrafia de Sequências estabelece que sobre os leques de assoalhos de bacia são depositados a cunha de mar baixo e/ou os depósitos distais do trato de sistema de mar alto, ambos em padrão progradacional que resulta em uma geometria sigmoidal dos estrados, os quais terminam em downlap sobre a superfície deposicional. Estes quesitos são plenamente atendidos na análise das seções sísminas downdip (inlines) do volume sísmico analisado. Ademais, o horizonte interpretado como o topo do leque de assoalhop de bacia foi mapeado linha a linha, até o seu desaparecimento. A geometria em mapa corrobora o padrão de lobo, outra característica dos leques de assoalho da bacia. No caso em questão, um meio lobo, posto que o leque extrapola os limites do volume sísmico. Para dar mais robustez à interpretação foi extraído o atributo sísmico RMS (Root Mean Square), tanto em seções, como em mapa, o qual mostrou que o horizonte possui anomalia de amplitude quando comparado com o meio ao seu redor. Assim sendo, a análise geofísica do horizonte em questão corroborou a interpretação conceitual da Estratgrafia de Sequências, reforçando a interpretação de um leque de assoalho de bacia para o caso estudado.

Palavras Chave

Bacia de Santos; Leque de assoalho de bacia; Estratigrafia de Sequência.