Dados da Submissão

Título

MAPEAMENTO DE ASSIMETRIA DE DRENAGEM EM BACIAS DE 3a ORDEM DO BRASIL UTILIZANDO MDE/SRTM E SOFTWARE TECDEM/MATLAB

Texto do resumo

A análise morfométrica, através da assimetria de drenagem, combinada com outras informações geológicas permitem identificar algumas modificações do relevo, tais como a evolução dos processos deposicionais ou mesmo a ação de eventos neotectônicos. O desafio desse trabalho foi construir e disponibilizar uma base de dados na extensão territorial brasileira e suas peculiaridades. Os trabalhos foram baseados no método desenvolvido por Cox (1994), denominado Simetria Topográfica Transversal (T-index), utilizado em estudos de neotectônica e deformações relacionadas ao período do Quaternário. O método permite avançar em algumas interpretações, como exemplo, se os processos deposicionais relacionados aos padrões de assimetria são aleatórios ou se resultam de forças neotectônicas induzas por uma direção preferencial. É aplicado em bacias de drenagens de ordens menores (até 3ª ordem na classificação de Strahler), pois as bacias maiores podem refletir trends morfoestruturais regionais. O modelo T-index é calculado pela razão Da/Dd, onde Da é a distância da linha média da bacia até o principal meandro ativo, e Dd representa a distância da linha média (bissetriz da bacia) da bacia até seu divisor. Valores de T-index próximos a 0 (zero) significam que não há alteração do perfil topográfico, enquanto que valores próximos a 1 (um) indicam alto grau de assimetria. O software utilizado foi o TecDEM (Shahzad & Gloaguem, 2011), de código livre, que precisou ser atualizado para versão Matlab 2021. Foi usado o Modelo Digital de Elevação (MDE) da Missão SRTM (Shuttle Radar Topographyc Mission, Farr et al. 2007), porém devido as dimensões continentais, foi necessário realizar recortes territoriais das bacias/subbacias hidrográficas para o processamento, extraindo-se as sub bacias de 3ª ordem e identificado a linha média e os eixos de drenagens, e depois foi calculado o índice-T com base em segmentos de 1 km. Os resultados estão disponibilizados no banco de dados de índice T do Brasil, com aproximadamente 134 mil sub bacias avaliadas, e mais de 350 mil vetores de assimetria, que somados ao demais dados processados estão disponíveis de forma pública aos interessados. Evidenciou-se a dificuldade em processar grandes áreas, optando por segmentar em áreas menores. Outro problema encontrado foi de fechamento automático de algumas bacias em regiões planas, interferências antrópicas, etc. e os inconvenientes por trabalhar com MDE. Foram necessárias atualizações no código do TecDEM para versões mais recentes do Matlab e que ficam como contribuição para a comunidade. Os dados estão acessíveis no Sistema de bases de dados do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, o GeoSGB (downloads e webservices). A divulgação dos dados na dimensão do território brasileiro pode servir de fonte para trabalhos científicos.

Palavras Chave

assimetria de drenagem; neotectônica; geomorfologia fluvial