51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

LITOESTRATIGRAFIA DO GRUPO SERRA GERAL NO PERFIL ROTA DO SOL (BR-453), SUL DA PROVÍNCIA ÍGNEA PARANÁ-ETENDEKA: ESTUDOS INICIAIS

Texto do resumo

Grandes Províncias Ígneas (Large Igneous Provinces - LIP’s) são terrenos continentais ou oceânicos nos quais ocorreu magmatismo durante períodos relativamente curtos do tempo geológico. A Província Ígnea Paraná-Etendeka (PIPE) é a segunda maior manifestação desse tipo no registro geológico e cobre uma área de 917 mil km² tanto na Bacia do Paraná (Brasil, Argentina e Paraguai) como na Bacia de Kwanza (Angola e Namíbia). No Brasil, a PIPE é representada na Calha de Torres pelo Grupo Serra Geral (GSG), o qual foi subdividido em quatro formações: Torres, Vale do Sol, Palmas e Esmeralda, conforme trabalhos já realizados. Estudos estratigráficos preliminares no GSG foram realizados (Geol. Bruno Pinto Ribeiro - PPGGEO IGEO, UFRGS) nessa calha entre os municípios de Terra Areia e Arantiga (NE/RS) onde exposições são observadas ao longo de 17 km (Rota do Sol - rodovia BR-453), com cerca 650 m de espessura de rochas vulcânicas. Este estudo visa integrar os perfis geológicos, petrografia e geoquímica de rocha total. Para isso, realizou-se trabalho de campo para coleta de amostras, fotografias e descrições em escala de afloramento, descrição petrográfica de lâminas delgadas e análise química de rocha total. O levantamento preliminar permitiu identificar próximo ao contato com a Formação Botucatu derrames básicos do tipo pahoehoe (com lentes de rochas sedimentares intercalados), que foram sucedidos por derrames do tipo rubbly pahoehoe e, no topo da sucessão vulcânica, observaram-se intercalações desses com vulcânicas ácidas tabulares. As análises geoquímicas permitiram classificar as rochas como pertencendo ao trend toleítico, de composição basáltica a andesito-basáltica e dacítica. Em geral, nas rochas de composição basáltica da Fm. Torres foram identificadas texturas porfiríticas a glomeroporfiríticas, com fenocristais de olivina (3%) plagioclásio (10% a 15%) e augita (7%) com matriz afanítica microcristalina, holocristalina ou intersertal, composta por ripas de plagioclásio (45%) e clinopiroxênios (25% a 30%) equigranulares, além de vesiculas de até 5 mm preenchidas por zeólitas. Enquanto as rochas dacíticas da Fm. Palmas apresentam estrutura de bandamento e texturas vítreas e de devitrificação, contendo fenocristais de plagioclásio (15%), com ou sem clinopiroxênio (5%), com matriz (80% a 85%) normalmente devitrificada para minerais quartzo-feldspáticos. Com base em outros perfis adjacentes já estudados do ponto de vista estratigráfico e geoquímico, pode-se concluir que este perfil possui similaridades com os perfis-tipo das formações Torres, Vale do Sol e Palmas. O desenvolvimento de trabalhos no perfil Rota do Sol é fundamental para uma visão aperfeiçoada da litoestratigrafia do GSG e na compreensão de sequências vulcânicas em LIP’s.

Palavras Chave

Grandes Províncias Ígneas; litoestratigrafia vulcânica; geoquímica; Petrografia

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Tobias Dumer Sapieczinski, Evandro Fernandes Lima, Vitória Brito Silva, Ingrid Muller Mohr, Marcelo Cannals Meucci, Gabriel Calzia Brose