51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

INTERPRETAÇÃO SISMOESTRATIGRÁFICA DA SEÇÃO NEOCRETÁCEA NO SUL DA BACIA DE SANTOS

Texto do resumo

A porção sul da Bacia de Santos contém pouco sal depositado, por conta disso, a seção sedimentar da fase drifte também é pouco afetada pela halocinese. O fato de não sofrer remobilização tectônica halocinética permitiu à seção sedimentar da fase drifte manter suas caraterísticas deposicionais deixando bastante evidente, através de dados sísmicos, os padrões deposicionais dos estratos e superfícies erosivas, por exemplo. Tais caraterísticas bem imageadas em dados sísmicos permitem que a interpretação da evolução estratigráfica da fase drifte possa ser feita pelo método da Estratigrafia de Sequências usando para tanto a ferramenta da análise sismoestratigráfica. Neste trabalho a análise sismoestratigráfica foi aplicada à seção sedimentar do Neocretáceo da fase drifte da Bacia de Santos para se obter a interpretação da evolução estratigráfica dinâmica (Estratigrafia de Sequências) do intervalo analisado, o qual foi posicionado, baseado em correlação com poços perfurados na área, entre o topo da Formação Guarujá (carbonatos e outros depósitos associados), considerado, em termos de tempo geológico próximo ao final do Albiano, portanto, em torno de 100 Ma, e um horizonte sísmico representando um estrato da seção sedimentar de idade próxima ao final do Cretáceo. Neste intervalo foram individualizadas pela análise sismoestratigráfica 5 (cinco) sequências deposicionais limitadas na base e no topo por discordâncias e suas conformidades relativas. A carta estratigráfica da Bacia de Santos de Moreira et al. (2007) elaborada com um banco de dados muito maior que o utilizados neste trabalho, incluindo dados de rocha com informações bioestratgráficas, mostra 6 (seis) sequências deposicionais para o mesmo intervalo. Isso mostra que a análise sismoestratigráfica performada neste trabalho tem alto grau de coerência. A relevância de uma análise sismoestratgráfica, algo que aparentemente teria caído em desuso, dá-se neste caso principalmente em relação ao aspecto econômico, qual seja, a prospecção para hidrocarbonetos. O fato de a porção sul da Bacia de Santos ter pouco, ou nenhum sal, aumenta consideravelmente o risco para a ocorrência de jazidas de hidrocarbonetos no play pré-sal. Com isso, possíveis reservatórios turbidíticos da fase drifte ganham relevância. A análise da Estratigrafia de Sequências, principalmente em seções driftes de bacias de margens continentais já provou, no passado, ter um caráter preditivo, o que levou a descoberta de vários campos de petróleo, no caso brasileiro, notadamente na Bacia de Campos. Desta forma, conhecer a evolução da Estratigrafia de Sequências da porção sul da Bacia de Santos é crucial para a predição da ocorrência de possíveis reservatórios turbidíticos com potencial para jazidas de hidrocarbonetos.

Palavras Chave

Estratigrafia de sequência; Sismoestratigrafia; Cretáceo; Bacia de Santos

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Danniel Dutra de Morais Fregonese Peregrino, Jorge de Jesus Picanço de Figueiredo, Leidiane Sampaio D'Souza, Isadora Coelho Nascimento