51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

FORMAÇÃO TORRES BASE DO GRUPO SERRA GERAL: POTENCIAL PARA ARMAZENAMENTO DE CO2 EM ROCHAS VULCÂNICAS BÁSICAS

Texto do resumo

Na Calha de Torres, sul da Província Ígnea Paraná-Etendeka, a Formação Torres (FT) compreende derrames basálticos a andesito basálticos na porção basal do Grupo Serra Geral (GSG,132-135 Ma), sobrepostos aos arenitos eólicos da Formação Botucatu. Os derrames da FT têm morfologias do tipo sheet pahoehoe, hummocky pahoehoe e ponded, com espessura média de 200 m para o empilhamento vulcânico. São constituidos por plagioclásio, augita e óxidos de Fe, além de pseudomorfos de olivna. A mineralogia secundária ocorre de dois modos: I) preenchendo cavidades, principalmente por zeólita e celadonita, e em alguns casos por argilominerais (esmecita e calcedonia), carbonatos e quartzo, e II) substituindo minerais, argilas e zeolitas no caso dos plagioclásios e bowlingita e iddingsita nas olivinas. O estudo tem como objetivo analisar o potencial das rochas vulcânicas da FT como reservatórios de CO2 antropogênico. Realizou-se a coleta de amostras em afloramentos representativos da FT para a confecção de laminas petrográficas e análise laboratorial de porosidade e permabilidade (injeção de hélio). A estruturação interna dos derrames pode ser dividida em crosta superior, núcleo e crosta inferior. A crosta superior é formada por vesículas esféricas, com a concentração aumentando em direção ao topo. A porosidade varia de 3,4-26,6%, e a permeabilidade de 0,001– 415,7 mD. O topo dos derrames é texturalmente afanítico, hipocristalino a holohialino, com texturas afírica, intersertal, vesicular e amigdaloidal. O núcleo é maciço, com vesículas restritas e esparsas. A porosidade varia de 0,4–7,4%, e a permeabilidade de 0,001 – 0,195 mD. Consiste em basaltos faneriticos finos a médios, holocristalinos, afíricos ou porfiríticos (raro). Observa-se as texturas intergranular, ofítica e subofítica, e diktytaxitica. A crosta inferior apresenta vesículas alongadas, do tipo pipe vesicles. A porosidade varia de 5,4–8,5%, e a permeabilidade de 0,002 – 0,005 mD. Petrograficamente é similiar à crosta superior, com menor quantidade de vesículas. Diversos trabalhos têm apontado que as caracteristicas químicas e padrões de porosidade e permeabilidade de sucessões de rochas vulcânicas básicas favorecem o armazenamento permanente de CO2, por meio da mineralização de carbonatos. No caso estudado, sugere-se que a crosta superior dos derrames da FT, com uma maior vesicularidade e um maior potencial de reatividade química devido a um grau de cristalindade menor apresenta o maior potencial como reservatório para injeção de CO2. A análise da sucessão de derrames do GSG é um modelo útil para estudos de reservatórios de CO2 antropogênio e pode ser relacionada com a investigação dos potenciais das bacias offshore do Brasil (Campos, Santos e Pelotas), especialmente nas Formações Cabiúnas, Camboriú e Imbituba.

Palavras Chave

Calha de Torres; Província Ígnea Paraná-Etendeka; reservatório vulcânico; CCS; mudanças climáticas.

Área

TEMA 13 - Transição de matriz energética e energia renovável

Autores/Proponentes

Ingrid Muler Mohr, Marcelo Canals Meucci, Vitória Brito da Silva, Gabriel Calzia Brose, Tiago Saldanha de Lima, Evandro Fernandes de Lima, Lucas de Magalhães May Rossetti, Gabriel Medeiros Marins