51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Suscetibilidade magnética e cor dos solos da Bacia do Rio Itacaiúnas, Carajás, Pará: Avaliação a partir de mapeamento geoquímico regional

Texto do resumo

A suscetibilidade magnética (SM) é definida como a capacidade que tem um material em magnetizar-se quando submetido a um campo magnético. Ela é relacionada diretamente à ocorrência de minerais magnéticos, principalmente magnetita e maghemita. A determinação da SM, assim como da cor dos solos, pode ser feita de modo fácil e barato por meio do uso de sensores. Estas propriedades possuem grande potencial para aplicações na agricultura e mineração, além da pedometria, porque contribuem para a caracterização do solo e permitem fazer inferições sobre processos pedogenéticos. Apesar dessas vantagens, tais atributos de solos têm sido pouco explorados na região norte do Brasil. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a SM e a cor de amostras de solos superficiais (SS) e subsuperficiais (SP) obtidas a partir de mapeamento geoquímico regional da Bacia do Rio Itacaiúnas, na Província Mineral de Carajás, e, com isso, deduzir relações entre tais propriedades e a evolução dos solos da bacia. Foi selecionado um total de 526 amostras de solo, coletadas em 263 locais nas profundidades de 0–10 cm (SS) e 30–50 cm (SP). Cada amostra foi formada por cinco subamostras coletadas dentro de uma área de 10 × 10 m. Para as análises de SM, 10 g de solo por amostra foram analisados em um susceptibilímetro MS2 da Bartington acoplado a um sensor MS2B, com medidas em baixa frequência (0,47 kHz). As leituras foram realizadas em duplicata. Para análises da cor, feitas com o sensor Nix PRO, aproximadamente 5 g de cada amostra foram espalhadas sobre um papel branco e niveladas para evitar influência de luz externa durante a varredura da amostra (aproximadamente 1 cm²). Os resultados da digitalização colorida foram expressos em magnitudes adimensionais (HEX). Para o mapeamento e interpolação das variáveis, foi utilizado o software ArcGIS. Os resultados evidenciaram que as variações de SM na região têm forte relação com litologias e ambiente geológico. A feição mais marcante em termos de espacialização da SM é a notável concentração de valores mais elevados de SM na Bacia Carajás, ao longo de duas zonas de orientação E-W, que correspondem aos cinturões hidrotermais norte e sul do cobre, cuja formação ocorreu devido à ampla circulação de fluidos hidrotermais. Nestes cinturões tem-se mineralizações do tipo óxido de ferro – cobre – ouro (IOCG, na sigla em Inglês) e a presença sistemática de magnetita entre os minerais associados ao hidrotermalismo já é conhecida. No presente trabalho há fortes indicações de que magnetita ou maghemita oriunda de sua alteração, devem se encontrar presentes nos solos desenvolvidos ao longo dos cinturões mineralizados. Solos de coloração avermelhada apresentam distribuição espacial similar a das amostras com maiores valores de sucetibilidade magnética. Isto indica que, na porção estudada da bacia do Itacaiúnas, a cor do solo reflete, ainda que indiretamente, maiores teores de minerais magnéticos (magnetita e/ou maghemita). Os resultados obtidos ajudarão a compor um banco de dados de SM de solos da região amazônica e poderão ser utilizados em modelagens de predições de atributos do solo visando sua melhor caracterização. Além disso, a SM se relevou um excelente indicador de áreas com grande potencial para mineralizações do tipo IOCG, o que pode ter aplicação prática na prospecção de novos depósitos na região.

Palavras Chave

mapeamento de solo; magnetismo; região Amazônica

Área

TEMA 11 - Mapeamento Geoquímico Multipropósitos

Autores/Proponentes

Paula Godinho Ribeiro, Gabriel Negreiros Salomão, Sérgio Henrique Godinho Silva, Carlos Victor Lima de Albuquerque, Rogério de Andrade Braga, Eduarda Gabrielly Pereira Grando , Cameau Cadostin, Ana Carolina Resende Pereira, Gabriel Caixeta Martins, Silvio Junio Ramos, Luiz Roberto Guimarães Guilherme, Roberto Dall'Agnol