Dados da Submissão

Título

INTERPRETAÇÃO DE FALHAS TRANSCORRENTES NA CARACTERIZAÇÃO DO ARCABOUÇO ESTRUTURAL NA PARTE NORTE DA BACIA DE SANTOS

Texto do resumo

Na margem sudeste da costa brasileira, mais especificamente na Bacia de Santos, observam-se sistemas de falhas normais sintéticas e antitéticas que compõem a fase rifte. Essas falhas apresentam direções que variam de NE-SW a NNE-SSW, comumente interceptadas por falhas transversais de orientação NW-SE e WNW-ESE. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi realizar o mapeamento das zonas de falha transcorrentes, identificadas no intervalo pré-sal, e caracterizar possíveis relações espaciais com as falhas normais da fase rifte. Para isto, foi feita a interpretação dessas estruturas em uma área de 962,3 Km2, correspondente a parte do Bloco 0276, Franco-Florim, disponibilizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e situada na porção sudoeste do Campo de Búzios, região setentrional da Bacia de Santos. O mapeamento estrutural foi realizado no software OpendTect 6.6 PRO, da dGB Earth Science, cedido em licença acadêmica à Universidade Federal do Paraná (UFPR). O desenvolvimento do estudo compreendeu três etapas. Primeiramente, foram interpretados os sticks de falhas em 110 seções, dispostas em intervalos de 20 steps (aproximadamente 240 m). A interpretação foi concentrada no intervalo pré-sal e embasamento da bacia. A segunda etapa consistiu na definição dos planos tridimensionais das falhas a partir da ligação de sticks, processo desenvolvido com apoio do dado de amplitude em z-slice, que permitiu melhor visualização de suas geometrias, orientações e continuidade lateral. Por fim, foi realizada a caracterização do arcabouço estrutural e subsequente divisão dos principais domínios. Ao todo, foram mapeados 74 planos de falhas, os quais se segmentam em dois domínios. Em toda a extensão da porção central da área de estudo, foi identificado o domínio estrutural mais expressivo. Nessa região, as falhas transcorrentes foram identificadas como planos verticais a subverticais, onde localmente observa-se a inversão do rejeito, mudanças abruptas na espessura das camadas e, eventualmente, o desaparecimento dos refletores ao longo da seção sísmica. Apresentam um padrão dominante de falhas de médio a alto ângulo de mergulho, que variam de 40° a 88°, comprimentos entre 1 e 6 km, geometria escalonada e orientação NW-SE. Já o segundo domínio estrutural, de menor proporção, está limitado à porção sudoeste da área de estudo, onde também foi identificada uma geometria escalonada e mudanças abruptas na espessura das camadas, mas com planos subverticais, ângulos de mergulho variando de 35° a 70°, comprimentos de 1,5 a 4 km e orientação SE-NW. Os dados obtidos evidenciam que as falhas transcorrentes foram nucleadas no final da fase rifte, interceptando todo o pré-sal até a base da camada de sal.

Palavras Chave

Interpretação Sísmica; bacia rifte; zonas de falha; pré-sal.