Dados da Submissão

Título

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DA GEODIVERSIDADE NA FLORESTA NACIONAL DE CARAJÁS

Texto do resumo

A Floresta Nacional de Carajás está situada a aproximadamente 540 km ao sul de Belém, a capital do estado do Pará, no sudeste da Amazônia brasileira, abrangendo uma área de 411.948 hectares nos municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte. Como uma unidade de conservação de uso sustentável, a Flona Carajás foi criada com o objetivo de conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais, em uma região que inclui importantes Terras Indígenas. Localizada em um dos geossistemas mais importantes do mundo, o Geossistema Ferruginoso de Carajás, a Flona possui um potencial significativo em termos de serviços ecossistêmicos relacionados à geodiversidade. Este artigo tem como principal objetivo realizar uma avaliação quantitativa e cartografar o potencial dos serviços ecossistêmicos prestados pela geodiversidade na Floresta Nacional de Carajás, contribuindo para a inclusão desse tipo de análise na gestão da unidade de conservação. Os procedimentos metodológicos para quantificação e espacialização dos serviços ecossistêmicos da geodiversidade foram adaptados de Santos et al. (2023) e distribuídos em duas etapas principais: (i) Reconhecimento e classificação dos serviços ecossistêmicos (SE) fornecidos pela geodiversidade; (ii) Contagem de ocorrências de cada tipo de serviço de geodiversidade. O potencial de serviços considerando todas as categorias é muito elevado exclusivamente na zona de manejo de mineração. Esse comportamento se repete de forma igual para os serviços culturais, de regulação e de suporte. Essa classificação é majoritariamente influenciada pela presença significativa de cavernas, sendo que nesta área estão registradas mais de 900 ocorrências, superando em número as demais zonas. Para além das cavernas a variável lagoas tem influência significativa na classificação de potencial muito alto para serviços culturais, de regulação e de suporte na zona de mineração. Nessa zona, encontram-se lagoas de altitude que desempenham um papel crucial na regulação do ciclo hidrológico. Os serviços ecossistêmicos de provisão demonstraram um comportamento diferenciado em relação aos demais serviços na região estudada. Na zona de mineração, esses serviços mantiveram-se classificados como muito altos, enquanto na zona de Manejo Florestal Sustentável apresentaram-se em nível médio. Este último abrange a maior área da Floresta Nacional de Carajás (FN Carajás), devido ao seu potencial para uso múltiplo, identificado por meio da exploração de produtos não madeireiros, como o jaborandi, e a viabilidade de pesquisa mineral. Compreendendo a importância da replicabilidade e acessibilidade da metodologia adotada, é crucial ressaltar que a abordagem utilizada neste estudo é simples e de fácil replicação.

Palavras Chave

Carajás; serviços ecossistêmicos; mapeamento