51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PRODUÇÃO TERMOGÊNCIA DE CO2 PRÉ- E PÓS-SAL NA BACIA DE SANTOS ASSOCIADA A INTRUSÕES ÍGNEAS

Texto do resumo

O estudo dos mecanismos de intrusão de rochas ígneas e sua distribuição é essencial para entender a evolução térmica de qualquer bacia sedimentar. A geração de hidrocarbonetos, migração, formação de armadilhas e qualidade do reservatório são alguns dos aspectos do sistema petrolífero que podem estar associados a sua ocorrência. A característica de alta impedância das rochas ígneas, em relação às encaixantes, permite que atributos baseados em anomalias de amplitude separem, com relativa acurácia, pacotes magmáticos de siliciclásticos. No entanto, isso não é necessariamente válido em seções carbonáticas, como é o caso do pré-sal, onde os calcáreos também possuem alta velocidade, o que torna o contraste de impedância sutil. Por outro lado, se a caracterização em sísmica dos eventos magmáticos (distribuição espacial, dimensões, geometria e idades relativas) fosse melhor avaliada, seria possível sugerir com maior precisão a formação de gases (como o CO2) no processo de degaseificação das encaixantes durante a colocação das rochas intrusivas. Este estudo descreve em detalhe as principais características geométricas e petroelásticas das rochas ígneas do Campo Mero (norte da Bacia de Santos) utilizadas para estimar a produção termogênica de CO2. Para reduzir quantitativamente e adequadamente as incertezas inerentes ao mapeamento sísmico dessas rochas, foram realizadas interpretações sísmicas tanto manuais, quanto semiautomáticas. Os dados de log de impedância P e S disponíveis, bem como os volumes de inversão elástica sísmica, foram usados para realizar uma classificação probabilística 3D de fácies ígneas com base em uma inferência bayesiana. A extração semiautomática de mapas e geobodies foi facilitada por esses volumes de probabilidade de ocorrência. Estas ferramentas de interpretação manual e semiautomática possibilitaram a extração de volumes hipotéticos para as rochas ígneas intrusivas do campo de Mero e para a produção de CO2 derivada das encaixantes. Cinco feições intrusivas principais foram identificadas, duas delas sendo relacionadas à abertura do Atlântico Sul no Cretáceo Inferior, síncronas com a deposição do reservatório pré-sal e as outras três associadas com o magmatismo Santoniano/Campaniano. Os dados analisados sugerem que intrusões profundas, com idades (relativas) associadas ao magmatismo toleítico, foram responsáveis pela instalação de um sistema de múltiplos condutos hidrotermais na Bacia de Santos. Durante a sedimentação da seção pré-sal no Cretáceo Inferior, a colocação de soleiras toleíticas síncronas, principalmente em fácies sedimentares de baixa energia em depressões estruturais, pode ter desempenhado um papel significativo na alteração térmica do arcabouço sedimentar, o qual teria liberado uma quantidade significativa de CO2 para a atmosfera. É possível que a reativação e reutilização dessas estruturas mais antigas (i.e., os complexos de condutos hidrotermais relacionadas a intrusões toleíticas), durante o magmatismo alcalino Santoniano / Campaniano, tenha contribuído ainda para a produção de CO2 adicional, o qual estaria aprisionado em reservatórios pré-sal.

Palavras Chave

Complexo de soleiras; Interpretação Sísmica; Condutos Hidrotermais

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Leonardo Costa Oliveira , Rodrigo Macedo Penna , Cristiano Camelo Rancan, Isabela Oliveira Carmo, Gabriel Medeiros Marins