51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PETROGÊNESE DOS QZ METADIORITOS E ORTOGNAISSES EDIACARANOS DO ARCO SANTA TEREZINHA DE GOIÁS, PROVÍNCIA TOCANTINS, BRASIL CENTRAL

Texto do resumo

O Arco Santa Terezinha de Goiás (Criogeniano-Ediacarano) está situado na porção noroeste do estado de Goiás, Brasil Central. Faz parte do segmento norte do Arco Magmático de Goiás, porção oeste da Faixa Brasília, Província Tocantins. À oeste, encontra-se justaposto ao Arco Intraoceânico Mara Rosa (Toniano). O Arco Santa Terezinha de Goiás é composto por Qz metadioritos e ortognaisses e sequências metavulcanosedimentares (xistos, quartzitos, anfibolitos, etc.) que datam de aproximadamente 601 Ma a 670 Ma. Estudos prévios desses Qz metadioritos e ortognaisses sugeriram que eles foram formados por diversos graus de hibridização (magma mingling/ mixing) entre pelo menos dois magmas fisica e quimicamente distintos. Com o objetivo de melhor compreender a petrogênese dessas rochas foram produzidos novos dados litogeoquímicos, isotópicos e geocronologicos, os quais serão apresentados abaixo. Esses Qz metadioritos e ortogonaisses exibem um estreito conteúdo de SiO2 (50,3-58,9%) índices de correlações (R2) SiO2 versus TiO2, Fe2O3t, CaO, K2O e Na2O entre 0,7 e 0,8. São rochas metaluminosas a levemente peraluminosas. Exibem assinatura geoquímica cálcio alcalina de médio -K, porém mostram espalhamento para os campos de baixo -K e alto -K. Apresentam picos de anomalias positivas de LILE (large ion lithophile elements: Rb, Ba, K e Sr) e negativas de HFSE (high field strength elements: Nb, Zr e Ti). As idades U-Pb em zircão obtidas são de 656 ± 7 Ma e 626 ± 14 Ma e as idades modelo TDM variam entre 1,0 a 1,09 Ga, com ƐNd(t) de +3.90 a +1.53. Diante do exposto, é possível sugerir que os Qz metadioritos e ortognaisses estudados derivam de protólitos ígneos comagmáticos com afinidade cálcio-alcalina de médio -K. Quanto aos espalhamentos dos dados litogeoquímicos para os campos de baixo -K e alto -K, os mesmo podem ser explicados, respectivamente, por: 1. Dissolução do K de um magma de composição intermediária parcialmente hibridizado com um magma pobre em K que adentrou na câmara magmática quando o magma intermediário ainda não tinha cristalizado; 2. Enriquecimento de K pela diferenciação magmática sem entrada significativa de novos pulsos magmáticos na câmara magmática ou posterior a uma intensa hibridização de magmas distintos com significativa predominância de magma intermediário. Já os picos de anomalias de LILE e os picos de anomalias negativas de Nb, acompanhados dos valores levemente positivos de ƐNd(t), permitem sugerir que os protólitos ígneos dos Qz metadioritos e ortognaisses estudados derivaram de uma fonte crustal junvenil com curto tempo de residência crustal, o que explica também o fato dos valores das idades modelo TDM (1,0 a 1,09 Ga) dessas rochas serem mais de 200 Ma mais antigas do que suas idades de cristalização.

Palavras Chave

Qz dioritos; Ortognaisses; Litogeoquímica; geocronologia; Derivação crustal.

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Ana Tayla Rodrdrigues Ferreira, Letícia Maria Lima Freitas, Claudinei Gouveia Oliveira