51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PROCESSOS DE HIBRIDIZAÇÃO (MAGMA MINGLING/ MIXING) NOS PROTÓLITOS ÍGNEOS DOS QZ METADIORITOS E ORTOGNAISSES EDIACARANOS DO ARCO SANTA TEREZINHA DE GOIÁS, PROVÍNCIA TOCANTINS, BRASIL CENTRAL

Texto do resumo

No Arco Santa Terezinha de Goiás, porção leste do segmento norte do Arco Magmático de Goiás, Faixa Brasília, Província Tocantins, Brasil Central, aflora um conjunto de Qz dioritos e ortognaisses que datam do Ediacarano (605-648 Ma). O estudo dessas rochas teve como objetivo compreender os processos magmáticos relacionados à sua petrogênese. Assim, neste resumo, são apresentados dados de campo e petrográficos dos Qz dioritos e ortognaisses de quatro corpos, sendo eles: 1. Amaralina, 2. Caranã, 3. Muntunópolis e 4. Santa Terezinha de Goiás. Essas rochas afloram como lajedos decamétricos e, por vezes, como blocos métricos subarredondados. São rochas leucocráticas, de granulação média a grossa (2-7 mm), com foliação incipiente (Qz dioritos) ou penetrativa (ortognaisses) e textura lepidonematoblástica. Mineralogicamente, são constituídos por plagioclásio (andesina-oligoclásio) (32-44%), quartzo (0-8%), anfibólio (Mg-hornblenda) (0-39%), biotita (0-29%) e minerais acessórios (~ 7%), tais como opacos + apatita + zircão + epidoto ± granada. Nessas rochas, à exceção do corpo Amaralina, é marcante a presença de enclaves máficos, com formas, predominantemente, arredondadas e limites, por vezes, bem marcados, por vezes, difusos. Seus tamanhos variam de 5 a 20 cm. Suas texturas variam de afanítica, microporfirítica e fanerítica de granulçao fina a média. São constituídos, essencialmente, por anfibólio (46-60%) e plagioclásio (30-55%). Biotita (~ 10%) aparece apenas no enclave do corpo Caranã. A ocorrência desses enclaves indicam que os protólitos dos Qz dioritos e ortognaisses estudados foram formados por diferentes níveis de processos de hibridização, desde uma mistura parcial (magma mingling) até uma mistura total (magma mixing, caso do corpo Amaralina). Assim, as formas arredondadas com limites bem marcados de alguns enclaves indicam interações mecânicas limitadas entre dois magmas física e quimicamente distintos. Já os enclaves com limites difusos, evidenciam, interações magmáticas mais intensas. O contraste de granulação entre as rochas hospedeiras (granulação média) e os enclaves (granulação fina), indicam interações à nivel termal, de modo que, essa diferença no tamanho dos grãos pode ser explicada por uma rápida transferência de calor do magma dos enclaves (de mais alta temperatura) para o magma primário dos Qz dioritos e ortognaisses. A similaridade das fases minerais que constituem os enclaves e as rochas hospedeiras (plagioclásio + anfibólio ± biotita), pode ser explicada por processos de interações magmáticas à nível químico, as quais são favorecidas pela presença de fases fluidas, especialmente H2O, já que a água age como um catalisador que facilita as interações químicas entre os magmas coexistentes na câmara magmática. Portanto, é possível compreender que os Qz dioritos e ortognaisses estudados foram formados por processos de hibridização (magma mingling/ mixing) envolvendo interações a níveis mecânicos, termais e químicos entre pelo menos dois magmas física e quimicamente distintos.

Palavras Chave

Enclaves; Petrografia; Petrogênese; Província Tocantins.

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

ANA TAYLA RODRIGUES FERREIRA, Letícia Maria Lima Freitas, Claudinei Gouveia Oliveira