51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Minerais secundários raros e problemáticos na Formação Furnas, Bacia do Paraná

Texto do resumo

Vários minerais secundários raros e problemáticos, que constituem crostas brancas superficiais em arenitos quartzosos da Formação Furnas (Siluriano/Devoniano da Bacia do Paraná), têm sido identificados em abrigos e afloramentos rochosos nos municípios de Ponta Grossa, Piraí do Sul e Tibagi, no Paraná. Alguns desses minerais serão aqui discutidos. Nas proximidades dos Abrigos da Metamorfose e Chapadinha I, em Piraí do Sul, ocorrem sasaíta, (Al,Fe)14(PO4)11(SO4)(OH)7.84H2O, e um produto de desidratação sem nome. Os difratogramas de pó de raios X revelaram que ora predomina sasaíta e ora o produto de desidratação. As estruturas cristalinas de sasaíta e de seu produto de desidratação são desconhecidas. Assim sendo, sua fórmula é apenas tentativa. Rossiantonita, Al3(PO4)(SO4)2(OH)2(H2O)10·4H2O, foi coletada na Gruta Bela Vista do Rigatoni, na região da Escarpa Devoniana no município de Ponta Grossa, Paraná. Observou-se a presença de parte de um pequeno animal (invertebrado) que ficou preso durante a fase de precipitação do mineral. Ocorrências como estas podem possibilitar estudos biológicos e até mesmo se tornar mecanismos para datação. Esta representa a segunda ocorrência mundial do mineral. “Sveíta”, KAl7(NO3)4(OH)16Cl2·8H2O, foi encontrada em três cavidades subterrâneas do tipo abrigo no município de Ponta Grossa e também em um abrigo de Piraí do Sul. O nome do mineral está entre aspas pois vários minerais isoestruturais são assim denominados. Em um dos difratogramas de raios X, verificou-se a associação de uma segunda fase, tida na literatura como uma espécie mais hidratada. As estruturas cristalinas de sveíta e da fase supostamente mais hidratada são desconhecidas, sendo sua fórmula apenas tentativa. Análises químicas semiquantitativas por EDS verificaram predominância de Cl sobre SO4, semelhante ao observado na ocorrência original de sveíta, mas diferente do que ocorre com outras ocorrências. Dados preliminares também sugerem baixos valores de K e riqueza em NH4. Vários outros nitratos ricos em Al foram registrados, mas os padrões de difração de raios X, originalmente identificados erroneamente como scarbroíta, um carbonato, não correspondem a nenhum mineral ou composto químico conhecido. Um mineral foi identificado como tinsleyíta, KAl2(PO4)2(OH)·2H2O, em Ponta Grossa e em Piraí do Sul, mas análises químicas preliminares indicam baixos valores de K e riqueza em NH4, podendo então tratar-se do mineral amoniotinsleyíta, (NH4)Al2(PO4)2(OH)·2H2O. Taranakita, K3Al5(PO3OH)6(PO4)2·18H2O, foi identificada em duas amostras de Piraí do Sul, mas baixos valores de K e riqueza em NH4 podem indicar que se tratar da fase (NH4)3Al5(PO3OH)6(PO4)2·18H2O, conhecida sinteticamente, mas ainda não como mineral. Novos dados estão sendo obtidos para esses minerais, no sentido de elucidar os problemas mencionados. São necessários mais estudos envolvendo a procura minuciosa destas precipitações minerais secundárias, uma vez que os resultados aqui expostos foram baseados em coletas aleatórias, o que evidencia o alto potencial para novos achados de minerais raros em rochas da Formação Furnas.

Palavras Chave

sasaíta; sveíta; rossiantonita; tinsleyíta; taranakita

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Daniel Atencio, Henrique Simões Pontes, Tatiane Souza