51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

O FERRO E O IMPACTO ÓPTICO EM SILICATOS

Texto do resumo

A cristaloquímica é a responsável pela essência de um mineral e certos elementos, aliado as suas quantiadades e posições dentro do retículo cristalino interferem diretamente em propriedades ópticas especícificas dos minerais. O índice de refração (relevo), a birrefringência, pleocroismo, caratér e sinal óptico são propriedades facilmente influenciadas pela geoquímica. Este estudo visa investigar como a presença e a quantidade de FeO afeta as propriedades ópticas de alguns silicatos. Foram selecionadas duas amostras de cada mineral a seguir: cordierita, epidoto, estaurolita, e olivina em lâminas delgadas de coleção particular; os exemplares escolhidos não possuem qualquer zoneamento, para que as propriedades ópticas não tivessem anomalias. Para a caracterização óptica foi utilizado um microscópio petrográfico binocular com quatro objetivas de aumentos distintos, acessórios de quartzo-gipso, polarizador, analizador e lente de Amice Bertrand. Para análise geoquimica das amostras foi utilizado o microscópio eletrônico de varredura (MEV-EDS) como resolução nominal de 1 nm. Foram analisados duas cordieritas, estas possuem relevo baixo (índice de refração de ~1,54-1,58), são biaxiais com sinal negativo e tem birrefringência de 0,013-,0,014; são incolores. Geoquimicamente, as cordieritas analisadas tem a composição padrão de Al2O3 e SiO2, mas possuem apenas 9% de MnO e detêm 4% de FeO. Nestes exemplares, a dupla refração apresenta um alto valor para o mineral, em razão da quantidade de FeO, em que o MnO está em quantidade mais reduzida pois houve substituição do Mn pelo Fe. O sinal ópticamente negativo está relacionado à quantidade e posição do FeO. Os exemplares de epidoto possuem relevo alto (índice de refração de ~1,72-1,78), são biaxiais com sinal negativo e tem birrefringência de 0,040; possuem pleocroismo fraco-moderado. Geoquimicamente, as amostras de epidoto tem a composição padrão de CaO e SiO2, tem Al2O3 em quantidade pouco inferior a normalidade, 5%, e elevada quantidade de FeO com 40%.Nestes exemplares, a dupla refração apresenta um alto valor em razão da grande quantidade de FeO, em que o Al2O3 está em quantidade menor pois foi substituído pelo Fe. O sinal ópticamente negativo está relacionado à quantidade e posição do FeO. Os exemplares de estaurolita possuem relevo alto (índice de refração de ~1,73-1,76), são biaxiais com sinal positivo e tem birrefringência de 0,010, o pleocroismo é moderado. Geoquimicamente, as amostras de estaurolita tem a composição padrão de MgO, Al2O3, SiO2 e FeO. A birrefringência e o pleocroismo dessas estaurolitas seria ainda maior e de maior intensidade da cor de absorção se o FeO estivesse em maior qunatidade; como o teor de FeO é normal, os dados ópticos estão dentro da normalidade. Os exemplares de olivina possuem relevo alto (índice de refração de ~1,70), são biaxiais com sinal negativo e tem birrefringência de ~0,045, o pleocroismo é forte. Geoquimicamente, os exemplares de olivina tem a composição padrão de SiO2, além de serem ricas em FeO com 58% e 12% de Al2O3. Pelas propriedades ópticas e geoquímicas, as olivinas são fayalitas. Conclui-se que nestes silicatos analisados, o FeO influencia 4 características, aumentando suas propriedades proporcionalmente ao teor de FeO. O relevo só pode ser avaliado de forma qualitativa, para uma análise quantitativa faz-se necessário o refratômetro; contudo, sabe-se que o FeO aumenta o índice de refração dos minerais

Palavras Chave

iolita; epidoto; estaurolita; olivina

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Isaac Gomes Oliveira, Isabelle Olegario Alcantara, Lucilene Santos, Carlos William Araújo Paschoal, Tereza Falcão Oliveira Neri