51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EXPLORANDO O VULCANISMO RODEIO VELHO NA BACIA DO CAMAQUÃ/RS ATRAVÉS DE DADOS GAMAESPECTROMÉTRICOS, MAGNETOMÉTRICOS E DE ANISOTROPIA DE SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA

Texto do resumo

O vulcanismo Rodeio Velho (RV) trata do último evento magmático associado à evolução da Bacia do Camaquã (BC), marcando a transição do Neoproterozoico para o Ordoviciano no Escudo Sul-Rio-Grandense (ESRG). O RV ocorre na base do Grupo Guaritas (GG), associado com as rochas sedimentares da Formação Pedra Pintada (FPP), distribuído ao longo de um trend NE-SW, seguindo a estrutura hemi-graben da bacia. Composto por rochas basálticas a andesíticas, o RV exibe morfologias de derrames pahoehoe e intrusões subvulcânicas rasas e afinidade geoquímica moderadamente alcalina a toleítica, com idades variando entre 535 e 547Ma. O estudo visa investigar a distribuição espacial e estrutural desse vulcanismo utilizando geofísica aplicada, concentrando-se nas ocorrências do Arroio Carajá, Carajá Seival, região Moinhos e Rodeio Velho e Arroio Pessegueiro, abrangendo os municípios de Caçapava do Sul e Santana da Boa Vista (RS). Os métodos aerogeofísicos, incluindo gamaespectrometria e magnetometria, juntamente com a anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM) são utilizados como base para a pesquisa. Resultados preliminares sugerem a possibilidade de compartimentar o vulcanismo em domínios magnéticos distintos (DMG-Oeste, DMG-Central e DMG-Leste) no GG, sendo o RV associado territorialmente aos domínios Oeste e Leste. No DMG-Leste, foi observado um possível sistema de hemi-graben no embasamento, podendo ter sido ativado em estágio posterior ao sistema principal e disposto perpendicularmente às zonas de cisalhamento que definem os domínios magnéticos. Os mapas de campo magnético total (CMT) e amplitude de sinal analítico (ASA) mostram uma compatibilidade comum entre os afloramentos do RV e FPP, mas com anomalias comumente atribuídas à presença de estruturas regionais, como zonas de falhas. Quanto a geofísica terrestre, a resposta gamaespectrométrica de contagem total (CT) foi útil na delimitação da Formação Varzinha (FV) e da FPP. A aerogamaespectrometria entre o vulcanismo e a FPP apresentou semelhanças, mas as medições de campo revelaram uma assinatura de contagem total inferior a 60 nGyh-1 para os basaltos, além de um padrão frequente Th > K = U. Os resultados preliminares da mineralogia magnética indicaram que as rochas vulcânicas são portadoras de minerais de baixa coercividade, como a magnetita, com estrutura de grão pseudo-domínio simples (PDS). A interpretação desses dados, juntamente com a integração de produtos aerogeofísicos e de geofísica terrestre, fornecerão uma compreensão mais profunda da distribuição e extensão desse vulcanismo, bem como de suas relações com as rochas sedimentares adjacente. Este estudo também oferece uma oportunidade para aplicar métodos geofísicos na delimitação do RV dentro do contexto da BC e na caracterização dos diferentes compartimentos do vulcanismo, como condutos, intrusões rasas e derrames. Além disso, estas rochas apresentam grande oportunidade para estudos paleomagnéticos, como a obtenção de dados de intensidade do campo magnético no sul da América do Sul para o Ediacarano.

Palavras Chave

Ediacarano; Basaltos; Grupo Guaritas; Distribuição Espacial; Trama Magnética

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Gabriel Endrizzi, Jairo Francisco Savian, Carlos Augusto Sommer, Mauricio Barcelos Haag, Ricardo Ivan Ferreira Trindade