51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

RESTAURAÇÃO FLORESTAL DE ÁREAS MINERADAS COM ESPÉCIES ESTRUTURANTES E DE ALTO CARBONO

Texto do resumo

Nas áreas de pós-lavra a escolha das espécies para plantio nas áreas de restauração deve abranger dois pressupostos indispensáveis: (1) a necessidade de o ecossistema em restauração conter um conjunto significativo de espécies estruturantes (“espécies-chave”) que ocorre no ecossistema de referência (floresta primária) e (2) ser constituído do maior número possível de espécies com alta assimilação/sequestro de carbono, propiciando a formação de florestas estruturadas e de alto carbono. Neste sentido, propomos a adoção de um método (EAC) que envolve sete variáveis quantitativas, e igual número de variáveis qualitativas (dummy), calculado através de análise fatorial, para selecionar espécies visando a formação de florestas de máximo carbono nas áreas mineradas em restauração. O método de seleção de espécies estruturantes e de alto carbono (EAC) inclui 14 variáveis: abundância, frequência, dominância, volume de madeira, equivalente-carbono, massa específica e número de produtos florestais não madeireiros (PFNM) produzidos pelas espécies e suas respectivas variáveis dummy. O modelo foi testado na base de dados dos inventários florestais em 10 platôs da Flona Saracá Taquera, que propiciaram incluir um total de 161.294 árvores (DAP ≥ 10cm) distribuídas em 949 espécies e 69 famílias registradas nas 1.339 parcelas amostrais (totalizando 334,75ha). Em média, as florestas primárias dos platôs têm 491 árvores ha-1, 189 espécies ha-1, área basal de 28,23 m²ha-1, biomassa de 319,0 t ha-1 (peso seco) e um volume de madeira de 300,4 m³ha-1. O modelo permitiu concluir que as variáveis selecionadas, os escores fatoriais significativos e os testes (KMO=0,782 e Bartlett Valor-p < 0,0001) indicaram a adequação da amostra à análise fatorial. O tamanho da amostra de 948 espécies assegurou 67,7 observações por variável, considerado como de excelente adequação para a estimativa das cargas fatoriais. O modelo também apresentou um grau de confiabilidade alta, com a medida alfa de Cronbach igual a 0,902, atestando a consistência da escala interna, ou correlação entre as variáveis. Foram adotadas quatro categorias para a distribuição das espécies em função do potencial estruturante e de alto carbono. Com base no resultado obtido para o EAC, três espécies (0,3% do total) foram classificadas na categoria 1-Excelente potencial estruturante e de alto carbono; outras 52 (5,5%), 666 (70,2%) e 228 (24,0%) espécies foram classificadas respectivamente, nas categorias 2-Bom, 3-Regular e 4-Baixo. Considerando que nas florestas a serem restauradas objetiva-se primordialmente, retratar a estrutura diamétrica da floresta primária que originalmente recobria a área de lavra e que as espécies plantadas sejam aquelas com a máxima acumulação de carbono, as 55 espécies das categorias 1-Excelente e 2-Bom, foram classificadas como espécies estruturantes e de alto carbono, ou seja, espécies cujo índice (EAC) foi igual ou superior a 0,50. Essas espécies deverão ser selecionadas para que se atinja os principais objetivos da restauração, maximizando o manejo do carbono, a prestação de serviços ambientais e a composição florística na formação de uma floresta artificial com espécies de alto porte e ampla distribuição diamétrica de seus indivíduos e, consequentemente, altos valores de biomassa, área basal, volume de madeira e número de PFNMs além de, indispensavelmente, propiciarem a máxima acumulação de carbono durante todo o seu desenvolvimento.

Palavras Chave

Espécie estruturante; Espécie alto carbono; Restauração florestal; Área minerada; Amazonia

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

RAFAEL PAIVA SALOMÃO, RAFAEL PAIVA SALOMÃO, ANTÔNIO CORDEIRO SANTANA, ANTÔNIO CORDEIRO SANTANA, SILVIO BRIENZA JUNIOR, SILVIO BRIENZA JUNIOR