51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO EM ESTRELA DO SUL,MG

Texto do resumo

Os processos hidrológicos (inundações, enchentes, enxurradas e alagamentos) e os movimentos de massa (escorregamentos, fluxos de massa, queda de blocos, rastejo, entre outros) são eventos recorrentes em diversas regiões da superfície terrestre. Por vezes, quando esses fenômenos ocorrem em áreas urbanizadas vulneráveis, estas são classificadas como áreas de risco, que podem resultar em danos sociais e/ou econômicos importantes. A urbanização desordenada associada à alta densidade populacional, empobrecimento da população e ausência da implementação de políticas públicas adequadas, levam ao aumento da ocupação de áreas ambientalmente frágeis. O Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil estabelece diretrizes para a prevenção, diminuição, erradicação e monitoramento dos riscos associados a desastres naturais no Brasil. Neste sentido, este trabalho propôs a setorização de áreas de riscos geológicos e hidrológicos no município de Estrela do Sul (MG) na escala de 1:1.000 a 1:2.000, através de metodologia definida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e Ministério das Cidades. As áreas foram classificadas com risco muito alto, alto, médio e baixo, de acordo com parâmetros bem definidos obtidos através de fichas de avaliação de campo e aplicadas em áreas pré-selecionadas. O município, localizado no limite da Bacia do Paraná com a Faixa Móvel Brasília, foi escolhido por apresentar um relevo mais acidentado em relação aos demais municípios da região e por ter registros de inundações frequentes. Em Estrela do Sul foram classificados treze setores de risco, sendo seis de risco muito alto e alto, com 31 moradias vulneráveis, e sete de risco médio, também com 31 moradias, ambos associados a deslizamentos e processos hidrológicos. Os riscos hidrológicos são dominantes na zona urbana em virtude da proximidade das ocupações ao rio Bagagem e seus afluentes, da carência de medidas estruturais que visam a mitigação destes riscos, assim como da ausência histórica de planejamento territorial, herança das atividades de mineração de diamante desenvolvidas nas margens do rio principal. As moradias mapeadas apresentaram distâncias de 1 a 10 metros em relação ao eixo da drenagem, ocupando as Áreas de Preservação Permanente e definindo zonas de alta periculosidade. Poucos setores foram classificados quanto à tipologia de movimentos de massa, sendo estes relacionados a instalação de cortes e aterros sem nenhum tipo de orientação técnica, principalmente com ocupações muito próximas aos taludes. Entre estes setores encontra-se a Igreja Bagaginha, ponto turístico que está localizado a cinco metros do talude de corte e suscetível a rastejo e deslizamento, onde foram observadas trincas na escada de acesso e embarrigamento das cercas e árvores que delimitam o local. Diante dos dados apresentados para ambos os processos geodinâmicos, percebeu-se uma evolução gradual do número de moradias instaladas em direção às áreas de risco mapeadas. Este estudo retrata a situação atual da zona urbana de Estrela do Sul, contudo há a necessidade da continuidade dos trabalhos, tendo em vista que os processos geológicos/hidrológicos e a interação humana com o meio natural se alteram constantemente.

Palavras Chave

áreas de risco; mapeamento; Estrela do Sul; Defesa Civil; Alto Paranaíba

Área

TEMA 03 - Risco Geológico, Geologia de Engenharia e Barragens

Autores/Proponentes

Robson Eduardo de Souza, Liliane Ibrahim