51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

SINCRONISMO ENTRE SALA-DE-AULA E ATIVIDADES DE CAMPO COMO CONDIÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO GEOLÓGICO EM CURSOS DE GEOLOGIA

Texto do resumo

Resumo: Introdução. Desde os anos 1990, acumula-se farta bibliografia que evidencia a abordagem fragmentada e desconexa dos temas geocientíficos na educação básica brasileira. O quadro ocasiona imensos prejuízos para que os futuros cidadãos desenvolvam a capacidade de exercer plenamente seu papel na sociedade. Em consequência, jovens e adultos possuem escasso domínio de conhecimentos elementares sobre a dinâmica terrestre e sobre a influência desta na dinâmica ambiental, na prevenção de desastres naturais, na preservação da geobiodiversidade e no aproveitamento de recursos minerais e fontes de energia. Alunos ingressantes em cursos de graduação de Geologia dispõem de conhecimento incipiente ou inexistente sobre tais campos do conhecimento, cabendo à universidade conduzí-los efetivamente na construção do raciocínio geológico. Objetivo: A investigação examinou a importância da oferta conjunta e sincrônica de aulas expositivas, atividades práticas e trabalhos de campo para o desenvolvimento do pensamento geológico de estudantes ingressantes em cursos de graduação em Geologia, sobretudo ao longo de disciplinas de Geologia Introdutória. Método: Pesquisaram-se, por meio de observação simples, os parâmetros fundamentais para iniciação ao raciocínio geológico de estudantes matriculados em disciplina de Geologia Introdutória do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas. Comparou-se a consolidação de memória de alunos que estudaram no sistema remoto, durante a pandemia de Covid-19, com a de alunos que vivenciaram a disciplina de forma presencial, na fase pós-pandemia. Resultados: A pesquisa identificou três atributos principais do pensamento geológico: alto nível de cognição espacial, boa capacidade de pensamento crítico-criativo e sólido conhecimento de conteúdos de Geologia. Os dados qualitativos mostraram com clareza que houve prejuízo, na consolidação de memória, de conteúdos de Geologia para estudantes que cursaram a matéria de modo virtual, porque foram privados de participar de atividades práticas instrucionais e trabalhos de campo durante aquele intervalo de tempo. Os alunos que estudaram nas dependências da universidade (ensino presencial) obtiveram resultados muito melhores, quanto à fixação de conceitos e domínio dos processos mentais envolvidos, porque tiveram várias oportunidades para revisar e relembrar os conteúdos tratados em aulas expositivas, nas atividades práticas e nas viagens de campo. Conclusão: Conclui-se que o sincronismo entre aulas expositivas, aplicação de atividades práticas em sala de aula e oferecimento de viagens de campo é essencial para consolidação da memória de longo prazo e desenvolvimento do pensamento geológico.

Palavras Chave

Trabalho de campo; Atividades instrucionais; Aulas expositivas; Alinhamento construtivo; Processos da memória

Área

TEMA 01 - Geociências para a sociedade e Geoética

Autores/Proponentes

Gisele Francelino Miguel, Celso Dal Ré Carneiro