51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

INDICES DE INTEMPERISMO QUÍMICO NOS SEDIMENTOS DA BORDA OCIDENTAL DA SERRA DO CIPÓ (MG)

Texto do resumo

Os solos e sedimentos formados durante os diferentes contextos climáticos carregam características químicas distintas, as quais podem ser usadas para compreender esta dinâmica ao longo do tempo geológico. Em geral, o uso de diagramas geoquímicos, em especial o índice de alteração química (CIA) e o índice de variabilidade composicional (ICV) em depósitos sedimentares permite explicar os processos de intemperismo químico associados às rochas fontes. Além disso, os valores de ICV e CIA indicam o grau de retrabalhamento dos sedimentos e as condições climáticas atuantes durante a formação dos solos autóctones, os quais são removidos pela erosão hídrica e depositados em áreas próximas ou em grandes bacias sedimentares. A Serra do Cipó é uma denominação local da Serra do Espinhaço Meridional, estruturada durante o evento Brasiliano que bordeja a porção sudeste do Cráton São Francisco. A região é dominada por quartzitos impuros, pelitos e carbonatos pertencentes aos Supergrupos Espinhaço e São Francisco (Grupos Macaúbas e Bambuí). Dessa maneira, esse estudo objetiva obter os valores de CIA e ICV de sedimentos depositados na borda oeste da Serra do Cipó (MG) e das principais rochas fontes, permitindo indicar os processos de intemperismo e possíveis cenários paleoclimáticos predominante durante a interação água/rocha-solo. Para isso, coletaram-se amostras de perfis sedimentares recentes em 5 áreas distintas. A fração silte/argila foi analisada quimicamente para os principais óxidos através de ICP-OES (Agilent 725). Os valores de CIA para as rochas fontes oscilaram entre 65 e 67. Os resultados de CIA das amostras coletadas nos depósitos sedimentares mostraram uma bimodalidade, com um grupo apresentando valores de CIA entre 87 e 91 e outro grupo com valores entre 94 e 97. Os valores de ICV dos sedimentos ficaram entre 0,34 e 0,62 enquanto as rochas variaram de 0,49 a 1,06. Estes resultados indicam um processo de intemperismo químico moderado na borda oeste da Serra do Cipó durante a interação água/rocha-solo, causando a dissolução incongruente das micas e hidrólise parcial dos plagioclásios, formando argilominerais. Ainda os resultados indicam que a interação água/rocha-solo na borda oeste da Serra do Cipó ocorreu em paleoclima quente e úmido semelhante ao atual, em provável ambiente típico de cerrado, onde os íons solúveis são liberados e levados pelas águas superficiais para os rios, enquanto os íons menos solúveis concentram-se nos perfis de intemperismo, formando minerais secundários.

Palavras Chave

Intemperismo; Interação água-rocha/solo; Índices geoquímicos; Paleoclima; Serra do Espinhaço Meridional

Área

TEMA 06 - Paleoambiente e mudanças climáticas

Autores/Proponentes

Mateus Fagundes Cagnin, Fabiano Tomazini da Conceição, Cláudio Eduardo Lana