51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MODELO DE PROVENIÊNCIA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CARINHANHA A PARTIR DAS ANÁLISES DE 3H, 14C/13C E 87SR/86SR

Texto do resumo

A caraterização hidrogeoquímica da Bacia Hidrográfica do Rio Carinhanha é uma etapa essencial para o andamento do projeto “Estudos para Implementação da Gestão Integrada de Águas Superficiais e Subterrâneas na Bacia Hidrográfica do São Francisco: Sub-Bacias dos Rios Verde Grande e Carinhanha” desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil em parceria com a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA), visando nortear a implementação da gestão integrada e atender às demandas atuais e futuras na bacia. A Bacia Hidrográfica do Rio Carinhanha está localizada na margem esquerda do Rio São Francisco e engloba diversos municípios dos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo predominantemente constituída por depósitos sedimentares recentes e pelos arenitos de ambiente desértico e lacustre do Grupo Urucuia, além de grandes exposições do Grupo Bambuí no extremo sudoeste da bacia, que constituem os principais sistemas aquíferos da bacia. Devido a dinâmica de movimentação da água em uma bacia, a idade de uma amostra de água subterrânea pode ser considerada em função da distribuição de frequência do tempo decorrido a partir da entrada das moléculas de água no aquífero. Ou seja, a concentração de isótopos nas águas subterrâneas é resultado de uma mistura de águas de diferentes caminhos e episódios de recarga, com tempos de residência variados. Portanto, com o objetivo de identificar a proveniência das águas da bacia, foram determinados os conteúdos isotópicos de 3H e as razões de 14C/13C e 87Sr/86Sr. Com isso, foi proposto um modelo de mistura em que a composição das amostras é influenciada por um aquífero carbonático (Bambuí), um siliciclástico (Urucuia) e pela água da chuva. Em geral, razões mais altas de 87Sr/86Sr acompanham as menores concentrações de Sr2+ e são derivadas da dissolução de minerais silicatados, enquanto o cenário oposto (menor 87Sr/86Sr e alto Sr2+) acontece em função da dissolução de minerais carbonáticos. Portanto, para o modelo de mistura, além das idades de trítio e carbono, foram analisadas também as relações entre as concentrações de Ca2+, Sr2+ e a razão de 87Sr/86Sr. A definição dos intervalos dos grupos foi baseada em características em comum entre as amostras, e a partir de amostras com análise de múltiplos isótopos, sendo separadas em 4 grupos, da seguinte maneira: (1) águas do aquífero Urucuia; (2) águas do aquífero Bambuí; (3) águas de mistura entre aquíferos; e (4) água da chuva. Além disso, as amostras CA18A e CA38 não foram agrupadas, pois apresentam características distintas e, por serem pontos de água superficial, estão sujeitas a apresentar razões de estrôncio mais radiogênicas, devido a acresção de sedimentos da bacia, além de sofrer influencias da mistura de águas e evapotranspiração. A análise de múltiplos isótopos foi essencial para responder a questionamentos acerca da dinâmica e proveniência das águas na BHRC, constituindo uma etapa essencial do mapeamento hidrogeoquímico da bacia.

Palavras Chave

Hidrologia isotópica; águas subterrâneas; Aquífero Urucuia; Aquífero Bambuí

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Marcelo Donadelli Sacchi, Viviane Cristina Vieira da Cunha, Marcos Alexandre de Freitas