51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MÉTODO DE MODELAGEM GEOLÓGICA TRIDIMENSIONAL DO ARCO DE PONTA GROSSA

Texto do resumo

Resumo: Desde a última década, o Serviço Geológico do Brasil tem utilizado técnicas de modelagem geológica 3D, com foco na escala de depósito, visando integrar dados e aprimorar a compreensão geológica espacial para estimativas de recursos. Com o avanço desses trabalhos, deu-se início à modelagem tridimensional em áreas regionais. Neste contexto, este estudo buscou elaborar um modelo geológico regional tridimensional da mega-estrutura tectônica Arco de Ponta Grossa (APG) de direção NW-SE, situado nas porções leste dos estados do Paraná e São Paulo. Abrangendo o embasamento cristalino (crosta superior, intermediária e inferior), entre a superfície e a descontinuidade Mohorovicic-MOHO, a fim de criar um método para fluxos de trabalho na elaboração de modelos 3D, com dados espaciais em múltiplas escalas. A área de estudo abrange parte do estado do Paraná, a região nordeste de Santa Catarina e sudeste de São Paulo, limitada pelos meridianos 52º30’W e 47º30’W e paralelos 23º00’S e 26º30’S, com cerca de 200 mil km². O modelo foi confeccionado no software Leapfrog Geo, da Seequent Limited, com a combinação de metodologias tradicionais explícitas, que requerem a extração manual, assim como a elaboração de seções geológicas a partir de dados pré-existentes (seções/mapas) e geofísica (gravimetria, magnetometria, sísmica, tomografia, MT/TEM e modelo crustal global CRUST 1.0). E as implícitas, com aplicação de algoritmos para construção de modelos geológicos automatizados. A metodologia elaborada foi simplificada em sete etapas: desenvolvimento de um inventário de dados a partir de pesquisa bibliográfica sobre o APG e metodologias de modelagem 3D; geração de uma superfície topográfica em UTM para toda área de estudo; recuperação e georreferenciamento de dados obtidos por diferentes metodologias, transformando-os em formatos compatíveis com o 3D; elaboração das superfícies trianguladas denominadas wireframes ou meshes, que limitam os contatos geológicos, seus terrenos e a Bacia do Paraná; geração de seções geológicas em série com base nos grandes domínios geológicos perpendiculares e paralelas para a modelagem; comparação e validação através de visualizações da modelagem preliminar; e finalização dos domínios tridimensionais com continuidade física e/ou geométrica e colocadas dentro de uma coluna estratigráfica definida. Assim, foi possível caracterizar a subsuperfície da área de estudo gerando modelos de oito domínios geológicos: terrenos Apiaí, Embu, Curitiba, Luís Alves e Paranaguá, bloco Paranapanema, Bacia do Paraná e Província Ígnea Paraná-Etendeka. Como resultado da modelagem na descontinuidade de Moho apresentam profundidades entre 30,7 e 41,7 km, sendo no bloco Paranapanema (38 e 40,8 km), nos terrenos Apiaí (34 e 41km), Curitiba (36,2 e 40 km), Luís Alves (33,4 e 38,1 km), e Paranaguá (32 e 36 km), com afinamento crustal em direção à margem continental. No APG a distribuição de dados em subsuperfície é irregular, sendo a maioria analógica ou com pouca materialidade de informações digitais, fato que se amplia em subsuperfície onde a densidade de dados diminui ainda mais com a profundidade. Sendo assim, o desenvolvimento deste trabalho permitiu que seus dados em formatos digitais e consistidos espacialmente, sirvam como vínculos para futuras modelagens e inversões de dados geofísicos, ampliando a resolução dos modelos 3D, para estrutura de base em modelagem numérica.

Palavras Chave

análise multiescala; modelos conceituais tridimensionais; geologia em subsuperfície

Área

TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias

Autores/Proponentes

Ricardo Wosniak, Eduardo Salamuni, Oderson Antonio Souza Filho, Heloísa Pilger