51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

INVENTÁRIO DOS LAGOS DO PALEOCANAL DO RIO TOCANTINS, AMAZÔNIA ORIENTAL

Texto do resumo

A área do médio Rio Tocantins no Sudeste do Estado do Pará, limite com os estados do Tocantins e Maranhão é atualmente denominada Paleocanal do Rio Tocantins, e caracterizada por extensos depósitos sedimentares de origem fluvial. São depósitos aluvionares de cascalho, areia e argila que constituem terraços, alúvios, colúvios, planícies de inundação e depósitos em canais (barras em pontal e barras de canais), formados durante o Quaternário Tardio. Estudos da Fundação Casa da Cultura de Marabá apontam que essa área é caracterizada por mais de 618 lagos naturais. Ao todo, foram documentados 350 lagos permanentes e 268 temporários, com extensões métricas a quilométricas e larguras que variam de dezenas a centenas de metros. Alguns lagos tiveram suas profundidades avaliadas, os quais variam de 0,5 m a 10,5 m.
Para a catalogação dos lagos, inicialmente analisou-se imagens de satélite em um intervalo de 10 anos (2013 a 2023), para identificar aqueles que continham água em abundância durante todo o ano, sem interferência do período de estiagem, e destes, 350 lagos foram classificados como permanentes. Para avaliação daqueles cuja presença de água considerava-se menos abundante, utilizou-se imagens de reflectância de água através do Índice da Diferença de Água Normalizada Modificado (MNDWI) processadas no software QGIS e adquiridas dos satélites Landsat 5, 7 e 8, onde foi possível o reconhecimento de 268 lagos temporários. Para a classificação de permanente e temporário considerou-se a avaliação de 13 imagens MNDWI, para determinar que se o lago apresentasse constância de água em 10 das 13 imagens disponíveis, este então seria classificado como “Permanente”, já para os "Temporários" o que se buscava era a inconstância da água ou a alternância de tempos secos e cheios. O software Google Earth foi utilizado para a avaliação das imagens de satélite, comparando-se os períodos secos e chuvosos.
Conhecido desde a década de 1970 por sua rica biodiversidade, houve várias recomendações ao longo dos anos para preservação do Paleocanal, porém, essa área ainda permanece desprotegida. Com isso, o estudo visa a documentação e servir de base para os estudos que propõem a criação de duas UCs, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) do Paleocanal do rio Tocantins e a do Bico do Papagaio.

Palavras Chave

Lagos Amazônicos; Paleocanal do Rio Tocantins; Geoprocessamento.

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

José Chimenes Ramos Lima, Erick Pablo Cortes Ferreira, Pablo José Leite Santos, Margia Carvalho Souza