Dados da Submissão

Título

EVOLUÇÃO ESTRUTURAL FANEROZOICA DO LESTE DA BACIA DO PARNAÍBA E OESTE DA BACIA DO ARARIPE

Texto do resumo

Bacias intracratônicas fornecem um vasto registro de atividades tectônicas e as estruturas rúpteis, resultantes da influência de far field stress, podem fornecer importantes evidências na investigação das mudanças no campo de tensões intraplaca. As unidades sedimentares e magmáticas das bacias fanerozoicas do Gondwana apresentam estruturas deformacionais que registram os movimentos e a quebra desse paleocontinente. A Bacia do Parnaíba é uma bacia intracratônica fanerozoica com registros que vão do Ordoviciano ao Cretáceo. Foi originada pela reativação rúptil de estruturas do embasamento pré-cambriano, formando riftes de direções NE-SW e E-W de idade cambro-ordoviciana, com uma fase sag flexural que se estendeu do Siluriano ao Triássico. No Eojurássico e no Eocretáceo, ocorreram eventos magmáticos basálticos, que foram seguidos pela sedimentação jurássica e cretácea preservada na porção centro-norte da bacia. A Bacia do Araripe, de idade mesozoica, e situada a leste da Bacia do Parnaíba, tem sua origem na reativação de estruturas ENE-WSW e NE-SW do embasamento por esforços distensivos durante o estiramento e a quebra do Gondwana. Esse evento extensional também afetou a sequência paleozoica da Bacia do Parnaíba. O presente estudo envolve uma análise estrutural da borda leste da Bacia do Parnaíba e oeste da Bacia do Araripe, combinando lineamentos interpretados a partir de imagens SRTM e mapas magnetométricos com aplicação de diversos filtros de realce e três seções geológicas E-W realizadas em campo. Além das seções foi gerado um mapa estrutural na escala 1:250.000. Os resultados desta análise mostram que as estruturas do embasamento de trends principais E-W e NE-SW, lateralmente e abaixo das bacias do Parnaíba e Araripe, também estão presentes em unidades do Siluriano-Devoniano da Bacia do Parnaíba e do Cretáceo da Bacia do Araripe. Seguindo o trend NE-SW são encontrados diques, relacionados ao evento magmático do Eocretáceo da Bacia do Parnaíba (Formação Sardinha). Falhas e fraturas NW-SE recortam todas as unidades sedimentares de ambas as bacias, mas não ocorrem de forma expressiva no embasamento. Na Bacia do Araripe, o trend de falhas NW-SE deforma as camadas da unidade mais jovem, do Aptiano, a Formação Exu. Essas evidências levam à interpretação que os sistemas rúpteis NW-SE e N-S configuram as estruturas mais novas, consideradas como produto de deformação intraplaca posteriores à quebra do Gondwana, há cerca de 105-100 Ma.

Palavras Chave

Lineamentos SRTM; Anomalias magnéticas; Bacias sedimentares; embasamento; Análise Estrutural