51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Microvertebrados da Formação Marília (Grupo Bauru) em Peirópolis, Uberaba, Minas Gerais

Texto do resumo

Resumo: O Cretáceo Superior da Formação Marília, no estado de Minas Gerais, em Peirópolis (Uberaba), contém um rico registro fossilífero, onde são encontrados variados táxons, como crocodilianos, quelônios, dinossauros, vegetais, ostracodes, conchostráceos e peixes (Bertini et al., 1993; Candeiro et al., 2008). Segundo Batezelli (2003), o Grupo Bauru contém um dos mais bem documentados registros geológicos do Cretáceo Superior do Brasil, aflorando em cerca de 370.000 km² (Soares et al., 1980), presente em todo o Centro-Oeste, exceto no DF, e também ocorrendo em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e partes do Paraguai (Pinheiro et al., 2018). O Laboratório de Paleontologia e Evolução da Universidade Federal de Goiás (UFG) conta com microfósseis de Peirópolis que até este trabalho não haviam sido preparados e descritos. O objetivo do presente trabalho é realizar a triagem, preparação, descrição e identificação dos microvertebrados provenientes do Sítio Paleontológico de Peirópolis, da Formação Marília, bem como levantar pesquisas bibliográficas referentes à estratigrafia e paleontologia deste sítio. Os restos fósseis aqui descritos foram coletados nos anos de 2019, 2022 e 2024, em Peirópolis, Uberaba, Minas Gerais, já se encontrando naturalmente desagregados da matriz rochosa, e o trabalho de preparação consistiu na limpeza e colagem, quando necessário, com o uso de Paraloid B72. No laboratório, os espécimes tiveram suas informações de coleta e identificação registradas, e após isso, foram empregados os métodos descritos em Azevedo et al. (2007) para descrição e armazenamento. Os fósseis receberam número de coleção e foram tombados na coleção do Laboratório de Paleontologia e Evolução da UFG. Foram coletados, no total, 182 restos fósseis, dos quais 167 foram classificados como Vert. indet., pois as condições dos fragmentos impossibilitam sua identificação, enquanto os demais foram identificados como Dinosauria Theropoda (dois fragmentos de dentes, um com aproximadamente 0,9 cm, ausente da parte basal e do ápice, com estrias longitudinais bem visíveis e dentículos bem marcados, e outro apenas com o ápice, com estrias longitudinais e dentículos de tamanhos diferentes), Crocodylomorpha indet. (um dente robusto e arredondado, de aproximadamente 1 cm, sem a parte superior do ápice, com estrias longitudinais e dentículos bem marcados de diferentes tamanhos), Testudinata indet. (onze fósseis, nove fragmentos pertencentes à carapaça identificados como parte do escudo espaldar e dois fragmentos de aproximadamente 1,2 cm cada, compondo o plastrão), Dinosauria indet. (um fragmento de vértebra arredondado, possivelmente um processo espinhal ou transverso, com cerca de 3 cm) e Titanosauridae indet. (uma falange distal com aproximadamente 4,5 cm, bem preservada, e um fragmento que se supõe ser uma costela com aproximadamente 5 cm, apresentando curvatura e trabéculas). Com este trabalho, é possível uma inicial reconstrução dos táxons presentes no Sítio da Formação Marília em Peirópolis, e com a identificação de novos espécimes, será possível uma reconstrução mais apurada do paleoambiente da região, e a entrada desses fósseis na coleção do Laboratório de Paleontologia e Evolução da UFG possibilita que essa importante coleção do estado de Goiás amplie os conhecimentos sobre a vida no Neocretáceo brasileiro.

Palavras Chave

Microfósseis; Formação Marília; Peirópolis

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Antônio César Alves Fausto, Brunna Stephany Souza e Silva