51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EVIDÊNCIA DE NEOTECTÔNICA E BAUXITIZAÇÃO NA REGIÃO DA FAZENDA EXPERIMENTAL ÁGUA LIMPA, DISTRITO FEDERAL, BRASIL.

Texto do resumo

A Fazenda Água Limpa (FAL-UnB), localizada no Distrito Federal, na bacia do Rib. do Gama. Está inserida na porção SW do Domo de Brasília, englobando rochas neoproterozóicas do Gr Paranoá, representadas, pela Fm Ribeirão do Torto; Fm Serra da Meia Noite e Fm Ribeirão Contagem. Estas unidades são recobertas por coberturas detríto lateríticas que inclui aluviões e paleo-aluviões, latossolos e gleissolos. O relevo local, desenvolvido entre o Paléogeno ao Quaternário, estão organizados em dois patamares planos a suave ondulado e declividades baixas, em cotas altimétricas entre 1.000 e 1.300m, compartimento de Chapadas Elevadas e em cotas entre 900-1.000m, compartimento dos Planos Intermediários, separados por rebordos e escapas. A drenagem apresenta controle tectônico com os cursos d’água encaixados em fraturas e falhas de direção NE-SW e NNW-SSE.O trabalho aqui apresentado constitui uma análise do relevo da área da FAL, com ênfase nos processos morfotectônicos e na mineralogia das coberturas detrito-lateríticas. A mineralogia dos solos da FAL, foi estabelecido por meio da análise por Difração de Raios-X no Lab. de Difração de RX da UnB. O estudo envolveu, a realização de transectos, descrição de perfis e coleta de amostras de solos com o intuito de identificar os mineralogia e suas variações modais e a estabelecer uma possível correlação como os compartimentos geomorfológicos. Vários cursos d´água presentes na área, alinham-se ao longo de zonas de fraturas e falhas neoproterózoicas, muitas delas, como o baixo curso do Córrego Capetinga, foi reativada no neogênico e/ou quaternário, conforme indicado pela assimetria de seus talvegues, com o bloco soerguido (margem direita) íngreme em contraste como talvegue suave da margem esquerda, causando um desnível de cerca de 10 a 15m entre os terrenos de uma e outra margem, marcado pelo desnível entre os gleissolos que ocorre de um e outro lado da drenagem e pelo alçamento do terraço aluvial. Outra feição importante do ponto de vista morfoestrutural e pedogenético foi a constatação de perfis de solos fortemente aluminosos com associações minerais compostas por gibbsita, caolinita, diáspora e quartzo, sendo a gibbsita a fase mineral predominante, formando horizontes bauxitícos, constituidos por gibbsita e diáspora, com ou sem quartzo. Estes solos bauxitífero ocorrem nas porções mais rebaixadas do terreno. A formação de bauxitas requer uma rocha mãe previamente rica em alumínio, representadas pelas ardósias; uma longa evolução pedognética e boa drenagem. As duas primeiras feições são evidentes, quanto a drenagem atual destes solos pode considerá-la como moderada. É possível que no passado estes perfis de solos tenham se desenvolvidos em porções mais elevadas e mais bem drenadas, o contexto descrito é considerado como mais uma evidência de neotectônica no DF. Os solos bauxitiferos e bauxitas revelam um potencial prospectivo para alumínio ao longo de uma extensa faixa do Brasil Central que se estende, pelos platôs em cotas situadas acima de 900-1.000m desde o sul do DF até o norte de Goiás.

Palavras Chave

neotectônica; Bauxita; latossolos; gibbisita

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Geovanna Couto Teles, Flávio Henrique Freitas e Silva