Dados da Submissão

Título

SIMULAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO RELEVO NO LONGO TEMPO: SUBSÍDIO À RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO

Texto do resumo

A mineração é uma atividade humana praticada há centenas de anos, a qual desempenha um papel econômico importante para diversos países ao longo da história. Apesar disso, relevos típicos de mineração apresentam grandes alterações geomórficas que podem potencializar processos como o escoamento superficial, desencadeando na formação de grandes formas erosivas (por ex: ravinas e voçorocas). Além disso, paisagens mineradas também se mostram mais suscetíveis à ocorrência de movimentos de massa, principalmente deslizamentos e queda de blocos. A potencialização dos processos de transporte em encostas mineradas cria um cenário onde há grande produção de sedimentos, os quais podem ser carreados por canais fluviais importantes, o que apresenta riscos ambientais para a sociedade ao longo do tempo. Para mitigar os efeitos negativos da mineração, a legislação brasileira hoje exige que qualquer projeto minerário contenha um plano de fechamento de mina e um plano de recuperação de áreas degradadas com informações sobre a estabilidade química e física do relevo minerado. Para isso, modelos de evolução do relevo (LEMs) se tornam importantes ferramentas na abordagem dessas questões, podendo ser utilizados para visualizar formas erosivas e quantificar taxas de erosão ao longo do tempo em paisagens mineradas. Dentro do contexto apresentado, com o objetivo de assegurar a estabilidade física de relevos minerados no longo prazo e assim isolar fisicamente os rejeitos do meio ambiente, diversos trabalhos já incorporam o uso de modelos matemáticos na avaliação de diferentes aspectos relacionados à reconstrução topográfica de áreas degradadas pela mineração. No entanto, não existem estudos no Brasil que permitem simular e quantificar de que forma relevos minerados evoluirão ao longo de diferentes escalas de tempo e sob diferentes cenários erosivos. A partir disso, os principais objetivos desse trabalho são: Avaliar se as taxas de erosão de uma bacia minerada irão superar as taxas simuladas para uma bacia análoga não minerada, além de simular como diferentes estruturas minerárias (cavas e pilhas de estéril) irão evoluir ao longo do tempo simulado, e por fim analisar se os maiores focos erosivos estão localizados dentro das estruturas minerárias. Este projeto propõe a implementação de um modelo de evolução do relevo em uma paisagem pós-mineração. O modelo foi implementado para simular como essa topografia vai evoluir ao longo de 10000 anos sob cenários de baixa, moderada e alta eficiências erosivas. Foram analisadas 2 bacias análogas, a primeira onde ocorreu um processo de mineração no passado e hoje se encontra revegetada, e a segunda à qual não houve nenhum processo minerário registrado. Os resultados não indicam que exista uma diferença significativa entre as taxas de erosão média da bacia minerada quando comparadas com a bacia não minerada durante o período de 10000 anos. Contudo, as estruturas minerárias (principalmente as cavas das minas) apresentaram as maiores profundidades de erosão em todos os cenários erosivos e de tempo, indicando que os processos erosivos ocorrem com maior intensidade nessas áreas. De forma geral, encostas com maior produção de sedimentos são predominantemente convexas e com altos ângulos. É possível concluir que topografias com estruturas minerárias podem condicionar uma maior produção de sedimentos provenientes dessas áreas, mostrando a necessidade de intervenções para reduzir a ação dos processos erosivos nesse tipo de paisagem.

Palavras Chave

evolução da paisagem; modelagem de erosão; relevo pós-mineração.