51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Evidências de texturas cumuláticas em soleira na bacia de santos

Texto do resumo

A Bacia de Santos, localizada na margem sudeste do Brasil, registra eventos
magmáticos em toda sua história de evolução. As ocorrências ígneas de
caráter extrusivo são, em sua maioria, espessas na forma de derrames
basálticos e subordinadamente alcalino ou rochas vulcaniclásticas. Por outro
lado, as ocorrências de rochas ígneas intrusivas são pouco espessas. O
objetivo deste trabalho é classificar petrograficamente as rochas de uma seção
espessa de um poço na Bacia de Santos e discutir possíveis texturas
cumuláticas. O poço apresenta seções ígneas de cerca de 320m de espessura,
divididas em 4 seções alternadas: 2 seções formadas apenas por rochas
magmáticas (15 amostras laterais) e 2 seções formadas por rocha
vulcaniclásticas/siliciclásticas (11 amostras) intercaladas com rochas
magmáticas (8 amostras). As rochas ígneas foram classificadas como
diábasios, de granulometria fina (2 amostras) e gabros, com granulometria
grossa a muito grossa (21 amostras). A assembleia mineral é formada por
plagioclásio, piroxênio, minerais opacos e olivina. A fase acessória consiste em
apatita, enquanto clorita, biotita e carbonato são minerais de alteração. As
texturas birds-eye, ofítica, subofítica e poiquilítica foram observadas. A relação
entre os cristais inclusos e os cristais hospedeiros na textura poiquilítica nas
amostras gabroicas sugere a classificação dos minerais em cristais cumulus e
intercumulus, respectivamente. As rochas das seções 1 e 2 apresentam fase
intercumulus formadas por piroxênio e fase cumulus formadas por plagioclásio.
Por apresentarem textura poiquilítica e ausência de fase mineral com
zonamento, foram classificadas como heteradcumuláticas, e
subordinadamente, adcumulato. A seção 3 é composta por rochas
vulcaniclásticas/siliciclásticas e uma amostra cumulática, classificada como
ortocumulato com crescimento adcumulático, devido a zonamento e ausência
de material intercumulus. As amostras da base da seção 4, a mais espessa do
poço com aproximadamente 150m, apresentam grãos de plagioclásio com
zonamento (ortocumuláticas com crescimento adcumulático), além de bordas
de reação entre grãos de plagioclásio e piroxênio. Enquanto as amostras do
topo da seção não apresentam grãos de plagioclásio com zonamento e
intercumulus (adcumuláticas). O topo da seção 4 apresenta amostras formadas
apenas por plagioclásio. Além disso, não foi observado cristais de olivina nas
seções 3 e 4, ou seja, no topo do poço. A análise integrada das relações
intercristais, da granulometria muito grossa e da evidência de acumulação de
grãos de olivina nas seções da base do poço e de grãos de plagioclásio no
topo da seção superior indica que as rochas ígenas representam processos
cumuláticos que ocorreram em soleira. A intercalação de rochas cumuláticas e
vulcaniclásticas/siliciclásticas vista no poço pode indicar uma única intrusão
espessa que penetrou e preservou porções da rocha encaixante. A evidência
de rochas cumuláticas em seção espessa no pré-sal da Bacia de Santos pode
colaborar com discussão a cerca da influência do magmatismo no sistema
petrolífero, uma vez que o calor gerado pela intrusão pode impactar a
maturação da matéria orgânica e geração de hidrocarbonetos.

Palavras Chave

Bacia de Santos; Petrografia; Soleira; perfil composto; cumulatos

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Victória Verdugo, Barbara Santos Queiroz, Sergio de Castro Valente