Dados da Submissão

Título

OCORRÊNCIAS DE URANINITA (UO2) e URANOFANO [Ca(UO2)2(SiO3OH)2 · 5H2O] NO PEGMATITO ALTO LAJEDO, NA PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DA BORBOREMA

Texto do resumo

O pegmatito Lajedo, localizado no município de Carnaúba dos Dantas – RN, inserido no contexto da Província Pegmatítica da Borborema (PPB), trata-se de um pegmatito misto, com dimensões aproximadas de 100 m de extensão e 20 m de espessura máxima. Esse pegmatito, com orientação geral NE-SW, está encaixado discordantemente em quartzitos da Formação Equador. O corpo pegmatítico vem sendo trabalhado nos últimos anos por garimpeiros, principalmente, para extração de feldspatos, e destaca-se pela presença de minerais uraníferos. Ao longo da sua cava, realizada em seção longitudinal no corpo, são observadas transições entre zonas de textura gráfica e pequenas zonas de feldspato potássico. Destaca-se a presença de xenólitos da encaixante na porção noroeste do pegmatito, com indícios de metassomatismo, representado pela turmalinização dos fragmentos da encaixante e a cristalização de micas e turmalinas negras, principalmente schorlita, nas bordas dos xenólitos. São comumente observados corpos de substituição de, aproximadamente, 1,0 metro de dimensão máxima, localizadas ao longo de todo o corpo e, preferencialmente, nos limites com a encaixante. Entre cristais centimétricos de feldspato e os corpos de substituição concentram-se zonas ricas em fosfatos, geralmente de cores castanho escuro e preto. Os minerais de urânio, localizam-se preferencialmente em fraturas milimétricas entre esses fosfatos. Este trabalho teve como principal objetivo realizar a descrição preliminar dos aspectos mineralógicos e estruturais das ocorrências uraníferas do Alto Lajedo, buscando descrever a mineralogia e o modo de ocorrência desses minerais através de estudo petrográfico. Em lupa binocular, os cristais, de cor amarela característica, aparecem recobrindo micas, feldspatos e fosfatos indiscriminados, formando finas películas. Em algumas porções, são observados cristais geminados, bem desenvolvidos, de aproximadamente 2 mm, geralmente em hábito acicular. Os cristais descritos correspondem principalmente ao mineral secundário uranofano [Ca(UO2)2(SiO3OH)2 · 5H2O]. Em lâmina delgada, pode-se observar que o uranofano é originado, principalmente, pela alteração do mineral uraninita (UO2), que infiltra nos planos de clivagem e em fraturas dos cristais de feldspato. Em cristais que sofreram deformação, o estilo de mineralização desses minerais de urânio se apresenta, principalmente, em um conjunto de fraturas perpendiculares, gerando aspecto de “grade”. A ocorrência de uraninita e seus minerais de alteração no Alto Lajedo e em outros pegmatitos da PPB pode servir como base para estudos do potencial metalogenético de urânio, considerado um bem mineral estratégico para o Brasil. No entanto, faz-se necessário ainda um estudo detalhado dessas ocorrências para compreensão da formação desses minerais e as possíveis implicações da presença de urânio nas discussões acerca da origem do magma gerador dos pegmatitos da região.

Palavras Chave

uraninita; uranofano; Província Pegmatítica da Borborema; Caracterização mineral.