Dados da Submissão

Título

INCLUSÃO DE ALUNOS COM AUTISMO NO CURSO DE GEOLOGIA

Texto do resumo

A inclusão de estudantes público-alvo da Educação Especial no ensino superior tem crescido de forma considerável nos últimos anos. Segundo os dados do censo do ensino superior de 2022 são 33.346 mil estudantes com deficiência no ensino superior em todo o Brasil. Assim, os cursos das universidades têm recebido alunos com diferentes características, dentre elas as pessoas com autismo. O autismo é definido como um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode afetar a comunicação e a interação social. A permanência dos estudantes com autismo no ensino superior tem se apresentado como um desafio, pois a maioria dos docentes não possuem formação e as universidades ainda não dispõem de outras fontes de recursos para ampliar os serviços de acessibilidade e inclusão, além do Programa Incluir. Pensando nesses desafios, o presente trabalho traz como foco de discussão a experiência de inclusão de alunos com autismo no curso de Geologia com o intuito de contribuir com a discussão sobre essa temática. Temos como objetivo desvelar o processo de inclusão de estudantes com autismo no curso de geologia, além de identificar os estudantes autistas e caracterizar as ações realizadas objetivando a inclusão de alunos com autismo. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, na qual os sujeitos da pesquisa são os estudantes com autismo e docentes, e o campo de pesquisa, o curso de Geologia. A análise dos dados foi baseada na observação dos procedimentos das ações de inclusão e acessibilidade e os resultados foram identificados a partir da observação participante. Os resultados compõem uma descrição das ações de acessibilidade e inclusão que foram iniciadas a partir da identificação dos estudantes. Esse rastreamento foi possível por meio de duas vias, a matrícula pelas vagas destinadas as cotas de estudantes pessoa com deficiência e por autodeclaração da condição de pessoa com autismo em matrículas da ampla concorrência. A partir da identificação dos estudantes, os docentes do curso de Geologia receberam um comunicado com orientações gerais sobre como trabalhar com estudantes com autismo, elaboração de documentos orientadores e participação da equipe do Núcleo de Acessibilidade em reunião do Departamento de Geologia para socializar informações com os professores, além disso, foi estabelecida uma assessoria pedagógica com os docentes, para esclarecimento de dúvidas e sugestões no desenvolvimento do trabalho com os estudantes. Em relação aos estudantes, foi estabelecido um atendimento em conjunto com a coordenação do curso, o que possibilitou programação de matrícula, para que os estudantes possam desenvolver-se melhor no curso, alguns critérios foram adotados: matrícula em menos disciplinas, considerando a garantia de dilação de tempo de curso pela Lei Brasileira de Inclusão n. 13.145/2015 e combinação de disciplinas, com a finalidade de facilitar o desenvolvimento dos estudantes. Além dessas ações, eles também contam com monitorias de acessibilidade com estudantes mais experientes do curso a fim de trocar experiências e aprendizagens. As ações adotadas impactaram positivamente no desempenho dos estudantes, que estão progredindo satisfatoriamente nas disciplinas e em suas áreas de interesse. Isso indica a viabilidade de formar geólogos e geólogas com autismo com alto padrão de excelência.

Palavras Chave

Inclusão; Autismo; Geologia