51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO DOS DOMÍNIOS ESTRUTURAIS PARA ENTENDIMENTO DA CIRCULAÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM AQUÍFERO CRISTALINO NA BACIA DO RIBEIRÃO DAS POSSES, EXTREMA-MG

Texto do resumo

Estudos da circulação das águas superficiais e subterrâneas em áreas de recarga vêm sendo feitos na Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Posses, localizada no município de Extrema (MG), inserida na Bacia do Rio Jaguari que alimenta o Sistema de reservatorios do Cantareira, buscando auxiliar a governança da gestão de riscos climáticos para a segurança hídrica e alimentar.
Regionalmente, a área de estudo está inserida na Nappe Guaxupé, Orogenia Brasiliana de idade Neoproterozoica, na intersecção das faixas Brasília Meridional e Ribeira, a sudoeste do Cráton São Francisco. Predominam na área gnaisses bandados ortoderivados de composição monzodiorítica a granítica por vezes migmatíticos, na fácies anfibolito alto a granulito, do Complexo Gnáissico São João da Mata, seguido pela intrusões graníticas, com composição variando de sienogranítica a granodiorítica, foliadas a isotrópicas, inequigranulares porfiríticas a subporfirítica, do Granitóide Serra da Água Limpa.
A compreensão da circulação das águas em aquíferos fraturados requer a compreensão do arcabouço geológico-estrutural. A litologia é um dos condicionantes que influencia as configurações dos sistemas de fraturas e determina padrões de drenagem e unidades de relevo. Para identificar domínios estruturais em aquíferos fraturados é essencial considerar os tipos litológicos e as unidades geomorfológicas. Uma maneira inicial de identificar tendências estruturais é traçar fotolineamentos, que geralmente refletem estruturas geológicas visíveis em feições morfológicas, como drenagens lineares, quebras de relevo, escarpas acentuadas e topos retilíneos de morros. Portanto, o presente estudo objetiva definir os principais trends estruturais da área por meio de fotointerpretação na escala 1:25.000, que servirá de base para definição de famílias de fraturas que serão analisadas em escala de afloramento em etapas futuras.
Para tanto, ultilizou-se Modelo Digital de Elevação (MDE) a partir da imagem do satélite Alos Palsar (resolusão espacial de 12,5m) com iluminação de N45E e N45W, e dados vetorizados das drenagens do estado de Minas Gerais (IGAM) (escala 1:30.000). Todos os dados obtidos foram processados no software ArcGis / ArcMap, onde foram gerados o mapa base com zoneamento de domínios morfo-estruturais e o mapa da fotointerpretação.
O diagrama de rosetas da frequência de lineamentos indica direções preferenciais NE-SW e NNE-SSW, paralelas à orientação da Faixa Ribeira, bem como as direções NW-SE e NNW-SSE, paralelas à orientação da Faixa Brasília Meridional. A zona de cisalhamento de direções N-S e NNE-SSW por onde corre o Ribeirão das Posses, relacionada às fases deformacionais finais da colisão Ribeira/Brasília Meridional, indica a direção principal de fraturas abertas, próxima à direção N30E. Por sua vez, a predominância de rochas cristalinas de granulação grossa e composição ácida favorecem o desenvolvimento de extensos sistemas de fraturas abertas. Essas tendências serão checadas em campo a partir de estudos de scanline e também comparadas com resultados de perfilagem geofísica de poços tubulares já existentes, visando a caracterização da circulação das águas subterrâneas no aquífero fraturado.

Palavras Chave

Aquífero fraturado; Lineamentos; estruturas rúpteis; Ribeirão das Posses; Extrema

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Gabriel Peixoto Miranda, Tatiana Luiz dos Santos Tavares, Francisco de Assis Negri, Mara Akie Iritani, José Luiz Albuquerque Filho, Humberto Ribeiro da Rocha