51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

NOVOS REGISTROS DE ROCHAS VULCÂNICAS E VULCANOGÊNICAS, NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA FOLHA SIRINHAÉM SC.25-V-A-V, ESCALA 1:100.000, NE DO BRASIL

Texto do resumo

O mapeamento geológico da Folha Sirinhaém (SC.25-V-A-V), parte do Projeto Geologia e Potencial Mineral da Bacia Alagoas, identificou novas ocorrências de rochas vulcânicas e vulcanogênicas correlacionadas às unidades da Bacia Pernambuco (BP). Essas rochas estão situadas no limite da BP com a Bacia Alagoas (BA), porção norte da Bacia Sergipe-Alagoas, e é delimitada da BP a nordeste pelo Alto de Maragogi. A Bacia Pernambuco registra os eventos finais da separação do supercontinente Gondwana durante o Aptiano-Albiano. A sedimentação na BP teve início na fase rifte, correspondente à Formação Cabo, caracterizada por um ambiente tectonicamente ativo e composta por associações de fácies de sistema de leques aluviais e de sistema lacustres. Concomitantemente, houve magmatismo básico a ácido, datado do Cretáceo (102-97 Ma), relacionado as rochas magmáticas da Formação Ipojuca. No intervalo Cenomaniano inferior-Turoniano, calcários e folhelhos da Formação Estiva foram depositados em um sistema marinho raso, seguidos por sedimentos vulcanosedimentares relacionados a sistemas de leques aluviais da Formação Algodoais. A idade desta formação é incerta; uma datação paleógena baseia-se na presença de apatita detrítica (78 ± 6 Ma), mas sua ocorrência sobre a Formação Estiva e sob o Grupo Barreiras sugere uma idade pós-turoniana, possivelmente alcançando o Neógeno. Por fim, o Grupo Barreiras registra a deposição de arenitos, siltitos e argilitos. No limite entre BP e BA, próximo à cidade de Maragogi, foram mapeadas a Formação Algodoais, rochas vulcânicas da Formação Ipojuca e a Formação Maceió da BA. A Formação Algodoais é caracterizada por arenitos arcoseanos grossos a conglomeráticos com clastos de rochas vulcânicas, intercalados com siltitos esbranquiçados a avermelhados e argilitos siltosos cinza-esverdeados. Análises mineralógicas por difratometria de raio-X nas fácies mais finas (siltito e argilito) revelaram a presença de minerais do grupo da esmectita. Os argilominerais (bentonita) resultantes da alteração de cinza vulcânica indicam contribuição vulcânica em todas as fácies da Formação Algodoais. As rochas vulcânicas, embora muito intemperizadas, foram identificadas por petrografia como rochas piroclásticas e basaltos. A Formação Maceió se diferencia pelas fácies de arenitos, siltitos e folhelhos. O estudo revela que o limite entre as bacias Pernambuco e Alagoas contém unidades de ambas, sugerindo que o Alto de Maragogi não teve significância tectônica suficiente para restringir a sedimentação, sendo apenas um pequeno arqueamento dômico do substrato cristalino.

Palavras Chave

Bacia Pernambuco; Alto de Maragogi; rochas vulcânicas; vulcanismo cretáceo

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Débora Melo Ferrer de Morais, Maria de Fátima Lyra de Brito, Cleide Regina Moura da Silva, Klaryanna Cabral Alcântara