51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PROCEDIMENTO TÉCNICO PARA O CÁLCULO DE RESOLUÇÃO ESPACIAL E ORTORRETIFICAÇÃO ADAPTADA DE FOTOGRAFIAS AÉREAS ANALÓGICAS DO PROJETO SERRA DO ESPINHAÇO (1979)

Texto do resumo

A fotografia aérea é um recurso fundamental no conhecimento geológico. A primeira fotografia terrestre foi obtida em 1826 e as fotografias aéreas surgiram em 1858 (balão), 1882 (pipa), 1897 (foguete), 1903 (pombo) e 1908 (avião). No Brasil, a aquisição de fotografias aéreas começa na década de 30, mas as técnicas de fotointerpretação geológica são difundidas apenas nos anos 60. A Serra do Espinhaço Meridional foi fotografada pela primeira vez entre 1964-67, com escala de 1:60.000, mas não gerou base cartográfica. A porção central da serra foi novamente registrada em 1979. Nesta campanha foram obtidas centenas de fotografias analógicas divididas em 17 faixas com direção W-E, recobrindo toda a área relativa à Folha Diamantina (SE.23-Z-A-III). A escala nominal de 1:25.000 foi alcançada por altura nominal de 3.786 m a partir de captura fotográfica com distância focal de 151,44 mm. Este levantamento aéreo foi executado com altitude aproximada de 4,5-4,6 km, sobre uma superfície com altitude média de 700-800 m. No entanto, o relevo desta região é acidentado, possui gradientes elevados e na subárea da pesquisa ocorrem cotas mínimas e máximas de 650 e 1550 m. Devido ao relevo irregular, as fotos foram capturas de alturas diferentes e consequentemente com escalas distintas. Esta diferença resulta em resoluções espaciais distintas para cada foto que podem ser recalculadas. Estes dados são importantes, pois a obtenção de uma ortofoto (foto ortorretificada) necessita de todas as variáveis do momento da captura. O objetivo desta proposta é apresentar um procedimento técnico para o cálculo de resolução espacial e para a ortorretificação adaptada de fotografias aéreas. A execução da técnica gerou um conjunto de variáveis (geométricas, espaciais e dinâmicas) de uma foto selecionada do Projeto Serra do Espinhaço, como: dimensões, altitudes, resolução espacial, escala nominal e faixa de erros. A partir destas variáveis são criados três produtos: imagem georreferenciada, ortofoto adaptada e metadados. O procedimento começa com o processamento da foto digitalizada, para padronizar as dimensões da imagem digital com as do filme utilizado no levantamento. Nesta etapa também ocorre o ajuste de histograma e a equalização da imagem, seguidos da aquisição e arquivamento das variáveis. Em seguida são obtidas as altitudes da área a partir de modelos digitais de relevo. Após são calculados: altitude (média e central), resolução espacial, escala nominal e faixa de erros. No próximo passo, é realizado o georreferenciamento da foto, com registro de 50-75 pontos distribuídos uniformemente na área representada pela foto (4,5-6,0 km2). O georreferenciamento é concluído quando o valor do erro em píxeis, convertido para metros, encontra-se na faixa de erro permitido pela escala real calculada. Ao final do processo é obtida a “ortofoto” (foto aérea ortorretificada), acompanhada de um arquivo com um conjunto de informações (metadados). A técnica adaptada para gerar produtos ortorretificados apresentou resultado satisfatório. A geração de informações digitais e analíticas a partir das fotografias analógicas (sub caracterizadas) foi bem sucedida. Considerando que não existe um produto similar, ou seja, uma imagem de alta resolução espacial (0,7 m), disponível gratuitamente, e que permite estereoscopia; as fotografias aéreas, apesar de antigas, ainda são um excelente recurso para o ensino e a pesquisa em geologia e áreas correlatas.

Palavras Chave

Aerolevantamento; Fotogrametria; altura-escala; Geoprocessamento; ortofoto

Área

TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias

Autores/Proponentes

Juliano Alves Senna, Ana Clara Mendes Caixeta