Dados da Submissão

Título

INVENTÁRIO E QUANTIFICAÇÃO DE SÍTIOS DA GEODIVERSIDADE DO MUNICÍPIO DE MAGÉ (ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Texto do resumo

A geoconservação visa a preservação da diversidade abiótica e a manutenção da evolução natural de significativos aspectos e processos geológicos, geomorfológicos e de solo. Sendo assim, existem seis etapas para se promover a geoconservação de uma área: inventário, quantificação, classificação ou proteção legal, conservação, valorização e divulgação, e monitoramento. O objetivo deste trabalho consistiu em realizar as duas primeiras estratégias de geoconservação, o inventário e a quantificação, utilizando o método de Brilha (2016) para identificar, selecionar, caracterizar e quantificar os sítios da geodiversidade existentes no município de Magé, estado do Rio de Janeiro. As etapas para o desenvolvimento desse estudo foram: trabalho de campo e pesquisa bibliográfica. Os resultados mostraram dez pontos com potencial, são eles: 1) Poço das Mulatas, 2) Cachoeira do Escorrega, 3) Cachoeira do Tamanqueiro, 4) Cachoeira do Monjolos, 5) Cachoeira de Andorinhas, 6) Píer da Piedade, 7) Parque Natural Municipal Barão de Mauá, 8) Mirante Praia de Mauá, 9) Cachoeira Véu da Noiva e 10) Cachoeira de Pau Grande. Os valores se classificam como baixíssimo se a pontuação estiver entre 0 e 100 pontos, baixo de 101 a 200 pontos, moderado de 201 a 300 pontos e elevado de 301 a 400 pontos. Os resultados referentes ao valor científico mostraram graus baixíssimo e baixo dos sítios, pois em geral, são exemplos razoáveis na área de estudo, utilizados apenas como referência local, a maioria são quedas-d’água apresentando rochas comuns no Rio de Janeiro (gnaisses e granitos) e com poucas publicações. As maiores pontuações foram as dos sítios da geodiversidade 6 e 7 (135 e 130, respectivamente), devido à existência de resumos em eventos científicos sobre esses locais. Nos critérios valor educativo e valor turístico, os resultados se mostraram entre baixo e moderado, e os sítios da geodiversidade 7 e 8 foram os que obtiveram maior pontuação em ambos os valores: 300 e 285 no educativo, 265 e 255 no turístico, respectivamente. Esses sítios são próximos a alojamentos e restaurantes, e possuem boa acessibilidade e segurança. Por fim, o risco de degradação dos locais se mostrou elevado para seis pontos de interesse (1 – 310; 2 – 305; 3 – 335; 5 – 390; 6 – 315 e 10 – 325), devido à ausência de proteção legal e a proximidade de áreas com potencial de degradação, como bares e restaurantes. O município de Magé revelou ter potencial geoturístico devido a sua diversidade de elementos geológicos (depósitos sedimentares e quedas-d’água), bem como elementos ecológicos (manguezais) e culturais (igrejas e quilombos). Espera-se que o presente trabalho ajude na conscientização sobre o patrimônio geológico local e valorize a importância dessas formações para a identidade da região. O trabalho pode proporcionar a difusão de conceitos sobre geodiversidade, geoconservação e geoturismo, que são considerados novos dentro das geociências, além de contribuir com a proposta do Geoparque da Guanabara, que abrange o patrimônio geológico dos municípios banhados pela Baía de Guanabara no estado do Rio de Janeiro.

REFERÊNCIA: BRILHA, J. Inventory and Quantitative Assessment of Geosites and Geodiversity Sites: a review. Geoheritage, London, v. 8, n. 2, p. 116-134, jan. 2016.

Palavras Chave

Patrimônio Geológico; estratégias de geoconservação; Geoturismo.