Dados da Submissão

Título

PROCESSOS PEDOGÊNICOS E ASSOCIAÇÃO ICNOPEDOLÓGICA EM VERTISSOLOS DO MEMBRO SERRA DA GALGA (MAASTRICHTIANO DA BACIA BAURU)

Texto do resumo

Solos são gerados em resposta a fatores ambientais, como clima, material de
origem, biota, relevo e tempo. Organismos desempenham um papel essencial
no desenvolvimento do solo, interferindo na composição, densidade, drenagem
e química. Neste cenário, a assinatura biogênica em paleossolos fornecem
importantes informações para a reconstrução paleoambiental e paleoecológica.
No Membro Serra da Galga (unidade superior da Formação Marília,
Maastrichtiano da Bacia Bauru), ocorrem Vertissolos desenvolvidos em
planícies de inundação, intercalados com depósitos fluviais. Para este estudo
são descritos em detalhe três perfis de Vertissolos no Membro Serra da Galga,
contendo feições pedogênicas e icnofossilíferas. Características pedogênicas,
macro e microscópicas, análise dos constituintes mineralógicos e geoquímica
dos horizontes foram utilizadas para definir processos pedogênicos e as
condições paleoclimáticas. Os horizontes interpretados como Bss, Bssk e C,
mostram limites claros ou graduais, com topografia suave ou ondulada, textura
predominantemente areno-argilosa e colorações cinza-esverdeadas. As
estruturas pedogênicas são caracterizadas por blocos angulares a
subangulares e em forma de cunhas, associados ao microrrelevo de mukkara.
Os constituintes minerais são quartzo, calcita, microclina, esmectita, mica,
sepiolita, paligorsquita e siderita. O conjunto de icnofósseis descritos inclui
rizoconcreções calcárias, rizohaloes, Taenidium, Planolites, Palaeophycus e
Skolithos, exibindo índice de bioturbação entre 1 a 4. Os horizontes
apresentam grau de desenvolvimento moderado e foram formados pelos
processos de translocação, gleização, vertissolização e atividade biogênica.
Estimativas de paleoprecipitação e paleotemperatura baseadas em
climofunções mostram valores variando de 312 a 919 mm/ano, e 9 a 12,07°C,
respectivamente. Os valores das climofunções sugerem clima semiárido a
úmido durante a deposição do Membro Serra da Galga. Ao analisar a
associação entre o índice de bioturbação, a concentração de icnotáxons em
cada horizonte e a distribuição de icnofósseis de acordo com a variação da
umidade do solo, entende-se que os níveis de saturação de água controlam a
frequência, densidade e icnodiversidade.

Palavras Chave

Membro Serra da Galga; Paleossolos; icnofósseis