51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EUCLÁSIO NOS PEGMATITOS DA PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DA BORBOREMA: UMA SÍNTESE

Texto do resumo

A Província Pegmatítica da Borborema (PPB), localizada em partes dos Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, se destaca pela presença de pegmatitos da família LCT (lítio, césio e tântalo), alguns de alto grau de fracionamento, com uma mineralogia muito rica, englobando minerais comuns e minerais escassos na Natureza, alguns desses descobertos na região. Nesse contexto, o euclásio se destaca como um mineral importante devido sua raridade e seu uso como peça de coleção e como gema de joalheria. Este trabalho visa sintetizar dados bibliográficos referentes às diversas ocorrências de euclásio nos pegmatitos da PPB. Realizou-se uma extensa pesquisa bibliográfica em artigos, livros, teses, entre outros, abordando as ocorrências de euclásio, associada a dados obtidos em campo. Na PPB, o euclásio ocorre em pegmatitos graníticos enriquecidos em Nb/Ta, Be, Sn e Li, de vários graus de fracionamento, geralmente encaixados em quartzitos da Formação Equador. Estão normalmente associados a berilo, quartzo hialino ou fumê, feldspatos, tantalita-(Mn), columbita, turmalinas coloridas, caulim e localmente (Alto Mirador), a espessartita, gahnita e bertrandita. Os cristais normalmente são prismáticos, às vezes achatados, com brilho vítreo, passando a perláceo nas superfícies de clivagem. Os prismas apresentam estrias características, paralelas ao eixo “c” e são muitas vezes biterminados Os cristais normalmente não têm coloração homogênea, com núcleos predominantemente azuis ou verdes e bordas descoloridas. Os euclásios ocorrem nas cores verde, azul, cinza, incolor, violeta claro, amarelo. Finos e delicados cristais róseos de euclásio, uma verdadeira raridade na Natureza, foram encontrados no pegmatito Alto Mirador. Cristais de cores mais intensas são mais raros, tendo maior valorização no mercado de gemas. Ocorre na zona intermediária dos pegmatitos, próximo ao núcleo de quartzo, normalmente em cavidades miarolíticas (pockets). O euclásio foi descrito pioneiramente na PPB em 1961, no pegmatito Alto Mamões, Parelhas/RN. Posteriormente descobriu-se euclásio em vários outros corpos pegmatíticos, em sua maioria nos municípios de Equador e Parelhas. As principais ocorrências de euclásio nos pegmatitos (“altos”) da PPB são: Equador/RN (Altos do Giz, Santino, Olho D’agua dos Mamões, Pitombeiras, Amâncios, Jacu, Jaqueira, Favela e Baixa Grande); Parelhas/RN (Altos Mamões, Antônio Trindade, Mata, Aroeiras e Trapiá); Carnaúba dos Dantas/RN (Alto Mirador); Junco do Seridó/PB (Altos Brennand e São Miguel). Normalmente, o euclásio é extraído de pegmatitos trabalhados por garimpeiros ou pequenas mineradoras, que trabalham para a extração de micas, quartzo, feldspatos, caulim. Raramente um pegmatito é trabalhado exclusivamente para a extração de euclásio. Na PPB, o euclásio ocorre em pegmatitos da família LCT de vários tipos e subtipos diversos, indicando que essa fase mineral não é ideal para avaliar o grau de fracionamento geoquímico.

Palavras Chave

euclásio; ocorrências; Província Pegmatítica da Borborema

Área

TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia

Autores/Proponentes

Dwight Rodrigues Soares, Josenildo Isidro Santos Filho, Francisco De Assis da Silveira Gonzaga, Alinne Marianne Martins Araújo