51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GEOCRONOLOGIA U-PB (SHRIMP) E GEOQUÍMICA DO PLÚTON BEZERROS, DOMÍNIO RIO-CAPIBARIBE, NORDESTE DO BRASIL

Texto do resumo

O plúton Bezerros está inserido no domínio da Zona Transversal (DZT) da Província Borborema (PB), mais especificamente, no Domínio Rio-Capibaribe (DRC). Este plúton integra a porção leste do Batólito Caruaru-Arcoverde, um dos maiores batólitos formados durante a orogenia Brasiliana (Pan-Africana) na PB. O plúton Bezerros possui três fácies, uma outra quartzo-monzonítica enriquecida em minerais máficos, sobretudo titanita, apatita e biotita; uma granítica com textura grossa e uma granítica porfirítica (predominante). A amostra SN-14, pertecente à fácies porfirítica do Plúton Bezerros foi isotopicamente analisada para geocronologia U-Th-Pb (SHRIMP II) em zircão. Foi obtida uma idade concórdia de 576,9 ± 4 Ma (Conf. 95%), interpretada como idade de cristalização do plúton. Não foram encontrados zircões herdados na população analisada. Em relação à química de rocha total, as fácies graníticas possuem altos valores de sílica (62.26 a 77.50%), que em diagramas do tipo Harker mostram correlação aproximadamente linear com tendência negativa para Al2O3, TiO2, CaO, Fe2O3, MgO, MnO, P2O5, sugerindo um possível fracionamento progressivo das fases máficas, minerais de óxido de ferro, titanita e apatita. Em contrapartida, K2O cresce com o aumento de SiO2. Em comparação as fácies graníticas, a fácies quartzo-monzonítica mostra teores mais baixos de sílica (55.61 a 58.98%), e teores semelhantes de Al2O3 e Na2O, e consideravelmente maiores de TiO2, CaO, Fe2O3, MgO, MnO, P2O5. A química de Elementos Terras Raras do plúton Bezerros mostra enriquecimento em LREE (Light Rare Earth Elements) e em LILE’s (Large Ion Lithophile Elements), com padrões tipicamente fracionados. De modo geral, o plúton Bezerros possui uma mineralogia típica de rochas metaluminosas, com valores de A/CNK abaixo de 1,2, podendo ser classificado como granito do tipo I. Em diagrama AFM, as amostras do plúton registraram um trend cálcio-alcalino, refletindo origem a partir de um magma parental de alta fugacidade de oxigênio. O plúton Bezerros pertence a suíte magmática shoshonítica, como evidenciado no diagrama K2O versus SiO2. Magmas shoshoníticos, em geral, representam avançados estágios de colisão em orógenos continentais jovens. Em diagrama de discriminação tectônica Y vs Nb, as amostras deste plúton plotam no campo das rochas pós orogênicas, sendo este o contesto tectônico sugerido para sua formação. Os dados obtidos a partir do estudo geoquímico, favorecem a interpretação que o plúton Bezerros tenha recebido contribuição mantélica, de um manto possivelmente metassomatizado. Ainda, os dados químicos refletem uma evolução por cristalização fracionada, sob condições de alta fugacidade de oxigênio.

Palavras Chave

Batólito Caruaru-Arcoverde; Suíte Shoshonítica; Pós-orogênico

Área

TEMA 18 - Geocronologia e Geoquímica Isotópica

Autores/Proponentes

Syllas Emmanuel Santana, Alcides Nobrega Sial, Valderez Pinto Ferreira, Charles Henrique Fernandes Sales Neves