51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

RESULTADOS ANALÍTICOS U-Pb, δ18O E δ13C EM CARBONATOS E Ar-Ar EM ANKARAMITO DA BACIA DE ITABORAÍ (RJ): CARACTERIZAÇÃO TEMPORAL ATRAVÉS DE COMBINAÇÃO DE DADOS

Texto do resumo

Apresenta-se neste os resultados analíticos isotópicos de rochas carbonáticas e magmáticas extrusivas provenientes da Bacia de Itaboraí, única no estado do Rio de Janeiro a preservar grupos de vertebrados extintos. A bacia é amplamente conhecida por seu conteúdo fóssilífero diversificado, que inclui anuros, aves, crocodiliformes, quelônios, esquamatas e mamíferos basais endêmicos do Paleogeno da América do Sul. Os depósitos carbonáticos da bacia são considerados como produtos de hidrotermalismo relacionado ao Rift Continental do Sudeste do Brasil (RCSB) e abertura do Atlântico Sul, ocorrida durante o Mesozóico e o Cenozóico. Os resultados obtidos pelo método de datação absoluta do U-Pb complementados com análises Ar-Ar em amostra de rocha ankaramítica (SJI-01) e medição das razões isotópicas de δ18O e δ13C nas mencionadas amostras estudadas. Obteve-se idades U-Pb entre 55±19 Ma (Paleógeno) e 19±5 Ma (Mioceno) em 3 lâminas delgadas contendo: carbonato com fóssil indeterminado (MCT 1314-LE), fóssil de crocodiliforme Sebecus sp. (DGM 235-R) e fóssil de mamífero Tetragonostylops apthomasi (DGM 294-M), encontrados nas fácies S2, S1 e S2 respectivamente. As análises do fracionamento dos isótopos de δ13C e δ18O somam-se às discussões das idades obtidas como indicadores climáticos. Como os estudos cronológicos históricos da paleomastofauna de Itaboraí reportam idade Eoceno para os fósseis da bacia, discute-se aqui a caracterização de uma possível transgressão marinha resultante de mudanças eustáticas que ocorreram durante o Mioceno, promovendo um cenário de alagamento marinho secundário sobre seus sedimentos clasto-evaporíticos, que ao percolar as rochas, teria enviesado o decaimento natural dos elementos isotópicos “pais”, causando possível re-homogeneização isotópica, ao menos a nível local. Os resultados obtidos reforçam o evidenciado para outros depósitos sedimentares em áreas da costa atlântica brasileira, que vai da foz do Rio Amazonas até o Rio de Janeiro. Também, não se descarta a possibilidade de ação intempérica de águas meteóricas sobre os carbonatos, a qual também atuaria re-homogeneizando isótopos. Os dados aqui apresentados proporcionam um novo olhar para a gênese dos depósitos da Bacia de Itaboraí, além de contribuírem como base para subsequentes estudos envolvendo variadas tecnologias, principalmente focando-se na questão acerca das idades mais recentes aqui encontradas.

Palavras Chave

Bacia de Itaboraí; Geocronologia U-Pb; Geocronologia Ar-Ar; Geocronologia δ13C e δ18O; Mioceno

Área

TEMA 18 - Geocronologia e Geoquímica Isotópica

Autores/Proponentes

Lucas Sant' Anna de Carvalho, Mauro Cesar Geraldes, André Eduardo Piacentini Pinheiro