51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS DE MINÉRIO MANGANESÍFERO PARA CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA: EXEMPLO DE GONDITOS DA SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR RIO DAS MORTES, CINTURÃO MINEIRO

Texto do resumo

A caracterização mineralógica é crucial na exploração de minérios, fornecendo dados essenciais para otimizar as rotas de processamento. Minérios de Mn no Brasil apresentam dificuldades na caracterização dos minerais presentes, quando muito intemperizados, com óxidos e hidróxidos de Mn. O trabalho visa expor a rota utilizada para a preparação de amostras de minério de Mn (gonditos) e implicações analíticas da sequência metavulcanossedimentar Rio das Mortes do Cinturão Mineiro. Utilizou-se 23 amostras de ~2 kg de gondito de depósitos ou ocorrências que afloram entre as cidades de Ibituruna e Coronel Xavier Chaves no Estado de Minas Gerais. As amostras de gondito foram divididas em duas rotas de preparação com finalidades distintas: (1) análise por DRX e, em seguida, para análise química de elementos maiores, menores e traço por FRX e ICP-MS; (2) análise por MEV-EDS em seções polidas. (1) Uma alíquota das amostras foi cominuida em moinho de bancada seguida de moagem a úmido (McCrone) com objetivo de homogeneizar o tamanho das partículas e reduzir orientações preferenciais. As amostras foram analisadas por DRX (tubo CuKα), visando a identificação das fases presentes e sua mineralogia quantificada pelo método de Rietveld. Os altos teores de Mn impactam no aumento da fluorescência dos difratogramas, devido a elevada absorção de CuKα pelo Mn, o que pode influênciar no resultado da quantificação e detecção de minerais em proporções menores. O minério é composto principalmente por espessartita, quartzo e goethita (Σ = 25-98%), sendo que os menores valores estão associados à presença de elevada proporção de minerais secundários de Mn como litioforita, criptomelana e pirolusita. Pirofanita, hematita, caulinita, hausmanita, anatásio e grafita que variam consideravelmente em termos percentuais. Em relação ao conteúdo de MnO, Al2O3 e SiO2 as amostras variam entre 3,9-47,8%, 1,6-17,2% e 3,1-72,0% devido a diferente contribuição da sedimentação da rocha manganesífera, que fica registrada em um bandamento composicional marcado principalmente por camadas granadíferas e quartzosas. (2) Seções polidas foram produzidas a partir das amostras serradas. No MEV-EDS foi realizada a petrografia BSE e análise química das fases minerais. Foram realizados dois recobrimentos. Com prata, o resultado da proporção atômica Si/O das granadas foi de 1:2,2, em desacordo com o esperado de 1:4 (Nesossilicatos). Por outro lado, o recobrimento com carbono alcançou valores mais verossímeis (1:3,4). A inacurácia sob recobrimento com prata dificultou a identificação de uma série de minerais, o que pode impactar na interpretação dos resultados. A diferença analítica reside na absorção significativa de raios X característicos pela prata, sobretudo do O. O carbono mostrou-se mais adequado, não impactando na identificação da grafita. Diversas fases minerais secundárias de Mn foram confirmadas por MEV-EDS, bem como a presença de minerais acessórios não identificados por DRX como hollandita, monazita, sulfetos de Ni, Cu e Fe, carbonatos Ca e Mn. A metodologia estabelecida no estudo dos minérios de Mn provou ser eficiente, pois foram identificados e quantificados os principais minerais constituintes das amostras e os resultados foram corroborados pela conciliação química. Além disso, foram identificadas por MEV-EDS diversas fases minerais que ocorrem como traço, que contribuem para a compreensão da ocorrência de anomalias de elementos críticos, como Cu, Ni, Li, em rochas manganesíferas.

Palavras Chave

minério de manganês; Preparação de amostra; análise quantitativa por DRX; MEV-EDS

Área

TEMA 10 - Geometalurgia

Autores/Proponentes

Ruan Pereira de Moraes Figueiredo, Ciro Alexandre Ávila, Matheus Lamas Machado, Mariana Barcellos Silva, Danyel Pereira Avellar Cunha, Reiner Neumann