51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ROCHAS MANGANESÍFERAS DA SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR RIO DAS MORTES: MINERALOGIA QUANTITATIVA E QUÍMICA DE ELEMENTOS CRÍTICOS

Texto do resumo

No bloco norte do Cinturão Mineiro aflora a sequência metavulcanossedimentar Rio das Mortes, que é composta na base por serpentinitos e clorita-talco-tremolita xistos, que são sobrepostos por anfibolitos. No topo desta sequência ocorre uma unidade metassedimentar representada por filitos, raros quartzitos e rochas químicas manganesíferas metamorfizadas (gonditos). Esta aflora entre as cidades de Ibituruna e Conselheiro Lafaiete, apresenta sills de rochas metamáficas e é cortada pelo metagranitoide Ritápolis (2121 ± 7 Ma) e por corpos pegmatíticos (2129 ± 33 Ma). Esse trabalho tem como objetivo a caracterização mineralógica exploratória de rochas manganesíferas de cinco minas e de sete ocorrências abandonadas visando identificar minerais com a presença de elementos críticos (Mn, Li, Ni, Co, Cu). Foram analisadas 22 amostras de gondito por análise quantitativa por DRX, FRX, ICP-MS, MEV-EDS. A mineralogia é representada por espessartita e quartzo em variável proporção, enquanto criptomelana, pirolusita, litioforita, goethita e caulinita são minerais de alteração intempérica. A amostra 15 apresenta rodonita, anfibólio de Mn e espessartita. As rochas com maior razão de minerais de alteração apresentaram maior teor de MnO, 38.7 wt% vs 26.3 wt%, há uma correlação linear moderada entre a razão de alteração e o teor de MnO. As de maior teor apresentam majoritariamente criptomelana e pirolusita como minerais carreadores de Mn. A presença de litioforita está associada a formação desses óxidos de manganês, caulinita também é comum. O baixo teor de Al está relacionado diretamente a menor proporção de granadas, e consequentemente a formação de rodonita e anfibólio na amostra 15, 3,1 wt% Al2O3, o restante possui um teor médio de 11.0 wt%, e está associado a proporção de granada e caulinita. As amostras apresentaram mediana de 494 ppm Ni, 134 ppm Co, 244 ppm Cu; 11 de 20 amostras apresentaram resultado entre 13-482 ppm de Li. Há correlação forte dos teores de Co e Mn, que são maiores nas amostras mais intemperizadas, o que é corroborado com ocorrência de óxidos de manganês com altos teores de Co. Os principais carreadores de Ni e Cu, são sulfetos, calcopirita, pentlandita majoritariamente. A petrografia de elétrons retroespalhados sugere a alteração de espessartita e minerais menores para criptomelana, pirolusita, goethita, litioforita e caulinita, a ocorrência destes minerais acontece formando halos em torno dos grãos de granada (alteração direta), e preenchendo poros e fraturas (precipitação). Bixbyita, hollandita e pirofanita são minerais acessórios de Mn, que ocorrem associados às fases oxidadas, mas em menor proporção. Os gonditos ainda apresentam composição textural que remete a superfície de acamamento, bem marcado pela superposição de camadas com variável composição quartzo/espessartita, junto a presença de zircão detrítico sugere variável contribuição dos componentes clástico e químico. Este bandamento varia desde quartzo maciço, granadas sub arredondadas com matriz de quartzo, a regiões maciças de espessartita. Pirrotita, pentlandita e calcopirita ocorrem como inclusões exclusivamente dentro das granadas, outros minerais que aparecem inclusos são quartzo e calcita com manganês. A continuidade da caracterização tecnológica da amostra visa através da mineralogia automatizada realizar um estudo de liberação mineral associado a mapeamento da distribuição dos elementos críticos e seus minerais carreadores.

Palavras Chave

rochas manganesíferas; Cinturão Mineiro; lítio; elementos críticos; análise quantitativa por DRX

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Matheus Lamas Machado, Ciro Alexandre Ávila, Mariana Barcellos da Silva, Danyel Pereira Avellar da Cunha, Ruan Pereira de Moraes Figueiredo, Reiner Neumann