51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO ESPECTRAL DAS ROCHAS DO ENTORNO DA MINA BONFIM, FAIXA SERIDÓ, NORDESTE DO BRASIL

Texto do resumo

A Faixa Seridó, localizada na Província Borborema, NE do Brasil, é considerada uma Província de Skarns Polimetálicos, contando com a ocorrência de mais de 700 skarns, cujas principais mineralizações são de W-Mo e Au-Bi-Te. A mineração é um ramo econômico de altos custo e risco, e por isso demanda pela constante inovação em técnicas que otimizem tempo e recursos, principalmente na área de exploração mineral. Com este objetivo, a espectroscopia de reflectância (ER) tem sem mostrado uma aliada ao levantamento geológico de áreas mineralizadas. A partir da ER, dentre outras finalidades nas geociências, é possível caracterizar diversos tipos de minerais através do espectro eletromagnético devido a interação da energia com a matéria, de forma rápida e barata e de maneira não destrutiva. Os sensores podem ser instalados em aparelhos portáteis até em aeronaves para levantamentos aéreos. O espectrorradiômetro utilizado neste trabalho foi o modelo ASD-FieldSpec 3 Hi-Resolution, cedido pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas, contendo 2151 bandas que vão desde a faixa do visível até a de infravermelho de ondas curtas (entre 350 nm até 2500 nm), obtendo dados do nível atômico até nível molecular das rochas analisadas. Foram obtidas 289 medições de 21 amostras de anfibolitos, mármores, xistos e skarns do entorno da Mina Bonfim. Os espectros obtidos das amostras foram normalizados através da técnica de remoção do contínuo, uma linha de geometria convexa que toca o máximo de pontos possíveis da curva de reflectância espectral sem, no entanto, cruzá-la. Os dados espectrais obtidos e normalizados foram comparados com dados de outros bancos de dados e validados a partir de análise petrográfica em 14 lâminas delgadas. Como resultados, as amostras de anfibolitos foram petrograficamente descritas contendo anfibólio, por vezes actinolita, e plagioclásio como minerais principais, e clorita e minerais opacos como acessórios. Seus espectros apresentam feições de actinolita (1399, 2301, 2314 e 2384 nm), hornblenda (2320 e 2391 nm), clorita (1394 nm), sericita (1912 nm) e possível caolinitização (2206 nm). As amostras de mármores variam petrograficamente de uma predominância de calcita (~90 %) até uma mineralogia mais diversa, contendo calcita, plagioclásio, quartzo e actinolita, além de zoisita, titanita, epidoto, biotita cloritizada e outros anfibólios como acessórios. Contudo suas feições espectrais não mostram uma variação significativa, predominando as assinaturas de calcita (1880, 1992 e 2338 nm) e uma pequena feição em 1339 nm (possivelmente pela presença de actinolita). Os xistos apresentaram uma composição de biotita, quartzo e plagioclásio, contudo devido às fracas feições do quartzo e feldspato, são apenas visíveis feições relativas à biotita (2345 e 2390 nm), além de assinaturas de clorita (1394 nm) e sericita (1912 nm). Quanto aos skarns, foram coletadas amostras em locais que apresentavam variação mineralógica ao longo de afloramentos e, ainda, skarns encaixados em mármores da Formação Jucurutu e xistos da Formação Seridó. Contudo, não se apresentou feições características que os diferenciassem entre si, tendo como principais assinaturas espectrais de diopsídio (1969 nm), actinolita (1399, 2117, 2301 e 2314 nm), clorita (2245 nm), sericita (1912 nm), biotita (2345 e 2390 nm) e prehnita (1478 nm).

Palavras Chave

espectroscopia de reflectância; skarns; faixa seridó; Prospecção Mineral;

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Hugo Marcelo Cordeiro Guimarães Filho, João Adauto de Souza Neto, Nayara Moreira de Mesquita