Dados da Submissão

Título

PERFIS GAMAESPECTROMÉTRICOS COMO GUIA PROSPECTIVO DE FOSFATO SEDIMENTAR NA FORMAÇÃO SALITRE, NEOPROTEROZOICO, SUB-BACIA DE IRECÊ, BAHIA

Texto do resumo

O Brasil, um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, apresenta elevada dependência de fertilizantes, importando grandes quantidades de NPK. Isso devido à presença de amplas áreas com solos ácidos e bastante lixiviados que necessitam de maior utilização de fertilizantes químicos para fornecimento de elementos como o fósforo (P). Encontrar novas fontes e tecnologias para a obtenção de P, derivado dos fosfatos, torna-se imperativo, uma vez que implicará em baratear toda a cadeia de produção. A formação Salitre (supergrupo São Francisco), de idade Neoproterozoica, ocorre na sub-bacia de Irecê, e em outras sub-bacias cronocorrelatas, no estado da Bahia. Essa formação é composta por rochas carbonáticas, calcíticas e dolomíticas, e siliciclásticas. Destaca-se por apresentar níveis de fosforita e estromatólitos fosfatizados, inclusive com lavra. Os objetivos deste trabalho foram 1) analisar fácies e comparar níveis estromatolíticos e com fosforita em três afloramentos no município de Irecê; 2) verificar as suas repostas em perfis de raio gama e 3) criar elementos para reforçar ou refutar dados gamaespectrométricos como um dos aspectos prospectivos de P na sub-bacia. A metodologia incluiu a descrição de fácies associada ao levantamento de perfil colunar, na escala 1:20, com utilização de ficha de descrição apropriada. Adicionalmente, houve a aquisição sistemática de dados gamaespectrométricos para medidas de concentrações de K (%), U (ppm) e Th(ppm) e gama total (ngVh-1). O equipamento utilizado foi do tipo portátil, modelo RS-230BGO Super-Spec® (Radiation Solutions Inc.), com levantamento de dados associado às fácies anteriormente descritas. O ponto 1 foi descrito no povoado de Achado, em afloramento do tipo lajedo, e os pontos 2 e 3 (“Fazenda Juazeiro” e “Km 05”, respectivamente), estão em duas áreas em fase de concessão de lavra e associadas à CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, em taludes de corte. Os resultados indicam, no ponto 1, associações de fácies mais proximais ao continente, gradando para associações de fácies mais distais, com trombolitos e estromatolitos colunares, ramificados dispostos como biostromas com espessura centimétrica, no topo do perfil; nos pontos 2 e 3, no intervalo estudado, as fácies incluem fosforita, centimétrica, e estromatólitos colunares, ramificados, métricos, igualmente dispostos como biostromas. Para os resultados gamaespectrométricos, no ponto 1, as amostras de estromatólitos com fosforitas possuem razões de Th/U de 0,5, em média. No afloramento “Km 05” a média da contagem total foi de 6,6 ngVh-1 e com média da razão Th/U de 0,5, indicando alta presença dos elementos radioativos. No afloramento 2 , a média de contagem total foi de 3,1 ngVh-1 e a média de razão Th/U próximo de 0,8, indicando presença dos elementos radioativos e com razões Th/U próximas àquelas obtidas nos pontos 1 e 2. Constatou-se nos trechos analisados, em ocorrências e depósitos de fosfato sedimentar - com fosforita e estromatólito colunar fosfatizado –, que os perfis gamaespectrométricos em detalhe, suas concentrações U (ppm) e Th (ppm), e a razão dessas concentrações, poderão ser utilizadas como guias prospectivos.

Palavras Chave

estromatólito colunar; gamaespectometria; tório; urânio