Dados da Submissão

Título

Microestruturas dos paleossolos da Formação Rio do Rasto, Permiano Médio e Superior da Bacia do Paraná, Brasi

Texto do resumo

Os paleossolos, por sua complexidade e riqueza de informações, auxiliam na compreensão do clima e de ambientes pretéritos. Os processos formadores de feições pedogenéticas estão relacionados ao tipo de relevo, cobertura vegetal, presença de organismos, material de origem e, principalmente, ao clima vigente durante seu tempo de exposição. Através das microestruturas presentes nestes depósitos, é possível estabelecer a relação entre processo e produto, fornecendo ferramentas para interpretações paleoambientais e paleoclimáticas. A Formação Rio do Rasto, Permiano Médio e Superior da Bacia do Paraná, conta com excelentes depósitos sedimentares com paleossolos associados, aflorantes no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Eles estão inseridos nos sistemas lacustres do Membro Serrinha, e dos sistemas eólicos, fluviais e de overbank do Membro Morro Pelado. Por conta da escassez de trabalhos voltados à compreensão de feições pedogenéticas e de seus processos formadores, é fundamental detalhar estes depositos. Os paleossolos podem ser caracterizados macro e microscopicamente a partir de diferentes aspectos como cor, mineralogia, estruturas e demais feições de exposição. Macroscopicamente, os paleossolos da Formação Rio do Rasto apresentam coloração vermelho arroxeada, sendo marcados por nódulos carbonáticos, feições redoximórficas, marcas de raízes, slickensides e gretas de contração. Microscopicamente, é possível observar que a proporção entre os argilominerais e as diferentes fábricas carbonáticas influenciam na coloração de cada amostra, adquirindo tons esbranquiçados, esverdeados e acinzentados quanto maior a concentração de carbonatos. Os argilominerais apresentam fissilidade ótica e frequentemente se encontram alterados pelos carbonatos, por processos redoximórficos e pela presença de matéria orgânica. A laminação é frequentemente perturbada por bioturbação e pelo desenvolvimento de nódulos carbonáticos. Aspectos como bioturbação, pedotúbulos e peds podem ser vinculados a transformações que podem ser causadas por organismos vivos e formam a estrutura do solo. Estruturas como gretas de contração estão relacionadas ao processo de contração e expansão das argilas. As diferentes colorações das matrizes se dão pela intensidade de translocação dos carbonatos e da matéria orgânica, dada pela respiração de raízes e organismos. Nódulos e cutículas, por sua vez, são produtos das translocações de sesquióxidos e dos argilominerais associadas a movimentação dos fluidos no solo, durante o processo de iluviação dos argilominerais. A partir da compreensão de processos e produtos pedogenéticos, estabelecem-se conjuntos de feições que remetem a diferentes contextos climáticos, sendo uma ferramenta essencial para a reconstrução paleoambiental.

Palavras Chave

Paleossolos; Microestruturas; Formação Rio do Rasto; Permiano; Feições pedogenéticas.