51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GAMAESPEPECTROMETRIA APLICADA AO MAPEAMENTO SEDIMENTEAR DE DETALHE NA BACIA DO SÃO FRANCISCO

Texto do resumo

Os mapas geológicos representam a delimitação das unidades estratigráficas e são essenciais para a prospecção mineral. O Brasil ainda possui muitos vazios cartográficos-geológicos de detalhe em bacias sedimentares. Na Bacia do São Francisco, a Bahia tem menos cartografia detalhada comparada a Minas Gerais. A interpretação de dados gamaespectrométricos se mostra eficaz na caracterização de unidades litológicas, detectando corpos ígneos, processos erosivos e alterações hidrotermais. Para contribuir com informações geológicas-cartográficas detalhadas na bacia do São Francisco, foi realizado um mapeamento geológico na escala 1:25000 entre Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe, oeste da Bahia. Nesta região ocorrem os Grupo Bambuí e Urucuia. Foram utilizadas a carta geológica Coribe (SD.23-X-C-V) e carta topográfica Riacho de Jenner (SD.23-X-C-V-2-NO), além de dados gamaespectrométricos do projeto Aerogeofísico Bambuí, realizado entre 11/09/2011 e 26/07/2012. As linhas de voo foram N/S com espaçamento de 500m e altura de 100m, com intervalos de medição contínua de até 0,01s e resolução de 0,001nT. Com os dados gamaespectrométricos, foram gerados mapas de eU (ppm), K (%), eTh (ppm) e as razões. Esses dados foram integrados com as curvas de nível e a carta geológica Coribe, auxiliando na delimitação das unidades litológicas para o mapa geológico preliminar. Foi realizado um campo de 10 dias, onde foram descritos 62 afloramentos, permitindo confirmar e corrigir os contatos litológicos e correlacionar as unidades litoestratigráficas com as respostas gamaespectrométricas. A Formação Sete Lagoas apresentou valores de eU (2.4-3.1ppm), eTh (3.1-11.4ppm), K (0.4-2.4%), ocupando 47% da área, com cotas de 510m e 620m, composta por calcarenitos cinza-claro e médio, calcilutitos cinza claro e dololutitos cinza-claro e arroxeados, com laminação e acamamento plano paralelo, estromatólitos, teepee e vênulas de calcita branca e preta, manganês e pirita. Observa-se que essa formação apresenta anomalia alta para o Th (ppm) devido a presença de minerais argilosos que compõem essas rochas. A Formação Serra de Santa Helena mostrou valores de eU (1.3-3.9ppm), eTh (9.4-12.7ppm), K (1.2-2.4%), abrangendo 12% da área, com cotas de 620m e 630m, representada por folhelhos creme e cinza-esverdeados, com laminação plano paralelo e ocorrência de manganês. A alta concentração de potássio se deve à presença de rochas clásticas ricas nesse elemento.A Formação Lagoa do Jacaré teve concentrações de eU (1.3-4.6ppm), eTh (9.4-14.5ppm), K (1.8-3.2%), corresponde a 34% da área, com cotas de 620m a 710m, formada por folhelhos verde, margas creme, calcarenitos cinza-escuro, com laminação plano paralela, marcas de ondas simétrica, estromatólitos, hummocky e swaley, com ocorrência de glauconita, vênulas de calcita branca e preta e fluorita roxa. O baixo índice de razão U/Th é devido à alta solubilidade do urânio e tório em ambientes aquosos, não sendo facilmente precipitados com os minerais carbonáticos. A presença de glauconita, um mineral hidratado de potássio e ferro, contribui para a alta resposta de potássio. No Grupo Urucuia, as concentrações de eU (0.1-2.4ppm), eTh (3.1-9.4ppm), K (0.1-0.5%), representa 7% da área, formado predominantemente por laterita, com ocorrência de calcedônia. A alta concentração de urânio e tório se deve à erosão de rochas cristalinas. No entanto, não foi possível separar o Grupo Urucuia em formações devido à falta de afloramentos suficientes.

Palavras Chave

mapeamento geológico; Bacia do São Francisco; Gamaespectrometria

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Myllena Gomes Mota, Ana Clara Renault Souza Silva, Victor Oliveira Ribeiro Pimentel, Elainy Socorro Farias Martins , Mary Anne Torres Garcia