51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

QUÍMICA MINERAL DE ANFIBOLITOS PALEOPROTEROZOICOS DA FOLHA RIO BACAJÁ, TERRENO BACAJÁ, PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS

Texto do resumo

Na Folha Rio Bacajá (1:100.000) ocorre o Grupo Três Palmeiras, um greenstone belt sideriano, dividido em duas unidades: Formação Bacajá, topo do greenstone belt, e Formação Itatá, unidade basal, composta por xistos e anfibolitos ortoderivados, e rochas metavulcânicas ácidas a intermediárias, de fácies xisto verde a anfibolito. Foram descritas 21 lâminas petrográficas, das quais 8 foram enviadas para o Laboratório de Microanálises do Instituto de Geociências da UFPA, onde foram analisados anfibólio, plagioclásio e piroxênio por microssonda eletrônica JEOL JXA-8230. As rochas metabásicas da Formação Itatá são compostas essencialmente por anfibólio, plagioclásio, quartzo e minerais opacos e, em menor quantidade, piroxênio, biotita, clorita, epidoto, carbonato e apatita. São distintas três fácies petrográficas: metabásicas com textura blastofítica, anfibolito hornfelses com textura granoblástica e anfibolitos com textura nematoblástica. As metabásicas são maciças com textura blastofítica e anfibólio verde pálido a verde acastanhado. Predominam Mg-hornblenda e Fe-hornblenda. Actinolita ocorre no centro dos cristais, gerando zoneamento definido por tons de verde pálido no centro e verde oliva na borda. O plagioclásio está saussuritizado, classificado como andesina e oligoclásio. Por vezes observa-se a transição da textura blastofítica para granoblástica, marcada por anfibólio verde oliva a castanho, plagioclásio límpido e biotita vermelha. A fácies anfibolito hornfels é maciça com textura granoblástica. O anfibólio é verde oliva e se torna mais castanho com o aumento de ortopiroxênio. Predomina Mg-hornblenda. O plagioclásio é bitownita e labradorita e está límpido. O ortopiroxênio é incolor e classificado como enstatita. A fácies anfibolito tem textura nematoblástica. O anfibólio é homogêneo, verde oliva e varia entre Mg-hornblenda, Fe-hornblenda e Fe-tschermakita. O plagioclásio é límpido e varia entre bitownita, labradorita e andesina. Por meio das análises petrográficas e de química mineral é estabelecida a seguinte evolução metamórfica para a Formação Itatá: a fase M0 é relacionada a metamorfismo de fundo marinho, sem a atuação de tensores regionais, foi responsável por hidratar a assembleia mineral anidra original, formando textura blastofítica e atingiu a fácies xisto verde. A segunda fase de metamorfismo (M1) foi condicionada pelo calor gerado pela intrusão dos granitoides riacianos do Complexo Bacajaí e suítes intrusivas Arapari e João Jorge e pela formação de auréolas de contato na Formação Itatá. Houve a substituição da textura blastofítica pela textura granoblástica. Esta fase ocorreu em alta temperatura e baixa pressão, entre 500°C e 800°C, em fácies hornblenda hornfels a piroxênio hornfels. A transição entre M0 e M1 é caracterizada pela tendência à textura granoblástica, biotita vermelha, anfibólio verde oliva e limpidez do plagioclásio. Zonas de cisalhamento e falhas transcorrentes se formaram próximas às intrusões, gerando anfibolitos finos com textura nematoblástica. O metamorfismo desta fase tem caráter dinâmico e ocorreu em temperaturas próximas a 500°C, sob fácies anfibolito. O aumento da intensidade e temperatura de metamorfismo é relacionado à proximidade aos granitoides riacianos. As rochas metabásicas com textura blastofítica se localizam nas porções centrais da Formação Itatá, distantes dos granitoides, onde o metamorfismo atuou de forma branda com preservação da textura original.

Palavras Chave

Formação Itatá; Química Mineral; metamorfismo de rochas básicas

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Flávia Lanaro De Grande, Carlos Eduardo de Mesquita Barros, Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos